O Sindicato dos Bancários de Mato Grosso protestou nesta quarta-feira (02) em frente à agência do banco Itaú, localizada no Bairro Cristo Rei em Várzea Grande. O protesto foi em repúdio à demissão sem justa causa da gerente operacional com mais de 26 anos de carreira.
Segundo o secretário de políticas sociais do Sindicato e representante dos bancários de Mato Grosso na Comissão dos Empregados do Itaú (Coe/Itaú/Fetec/Cn), Natércio Brito, a gerente operacional foi demitida após a agência ter sido assaltada e os bandidos terem levados os envelopes que estavam sendo processados no caixa, na hora do assalto e segundo a direção do banco a funcionária cometeu “falha operacional”.
“O fato deixou a direção do Sindicato indignada, pois entende que o banco tem sido negligente em relação a segurança, já que não havia porta giratória com detector de metais e o procedimento da funcionária, em relação ao processamento dos envelopes no caixa sempre foi uma prática normal dentro do banco, cuja orientação vem de superiores ao cargo da bancária demitida”, explicou Natércio Brito, ressaltando que essa é uma prática rotineira, em dias e horários de pico dentro no Itaú, principalmente para acelerar os trabalhos devido a falta de funcionários o que sobrecarrega os bancários.
A direção do Sindicato não aceita a demissão feita pela superintendência do Itaú e irá cobrar uma postura diferente do banco em relação aos seus funcionários. A funcionária era conhecida como uma pessoa que vestia a camisa do banco e colaborava com a imagem do Itaú, participando e desenvolvendo vários projetos sociais do banco.
“Entendemos que a demissão foi injusta. O banco quer transferir o risco do negócio à bancária, já que foi negligente em relação à segurança. A porta giratória com detector de metais só foi instalada depois que o sindicato fechou a agencia exigindo a instalação do dispositivo e entrou com ação na justiça cobrando indenização dos funcionários que foram vítimas de dois assaltos que ocorrem em menos de 45 dias”, afirmou o diretor do Sindicato Eduardo Alencar
“Agora, o banco desconta na funcionária que tem mais de 26 anos de banco e está preste a adquirir a estabilidade pré-aposentadoria. Isso mostra o desrespeito do banco não só com relação a funcionária demitida mas com todos os gerentes operacionais do Itaú e a paralisação visa inclusive abrir um canal de negociação para cobrar uma postura diferente do banco para com os seus funcionários”, completou.
“É preciso que o banco que mais lucra no país tenha mais respeito com os seus trabalhadores. O Itaú está preocupado, somente, em obedecer à lógica do mercado para obter cada vez mais lucro, a qualquer custo. Não respeita os seus funcionários que vestem a camisa do banco, um funcionário não pode ser descartado após tantos anos de trabalho. Os funcionários são os responsáveis pelo lucro exorbitante e tornam o Itaú o número um do Brasil”, frisou o diretor do sindicato Luiz Edwiges, revoltado com a falta de humanidade dos gestores do banco Itaú.
O Sindicato foi procurado pelo departamento de relações sindicais do Itaú, que reafirmou os motivos do desligamento da bancária, insistindo no erro operacional da funcionária. O Sindicato defendeu a trabalhadora e se contrapôs a posição do banco e reafirmou que essa é uma prática que ocorre em grande amplitude. “Se houve falha operacional não foi da bancária e sim dos seus superiores que a qualquer custo querem se manter em destaque no programa AGIR”, frisou Natércio Brito.