Bancários denunciam demissões de bancárias sequestradas
Nesta terça-feira, 7, o Sindicato dos Bancários de BH e Região realizou ato de protesto na porta do Itaú por falta de segurança, condições de trabalho e pelo fim das demissões.
Em janeiro deste ano, o Itaú demitiu duas funcionárias da agência 5636-Contagem-MG-Sede, por justa causa, devido a assalto seguido de sequestro ocorrido em dezembro do ano passado.
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A gerente operacional teve seus familiares sequestrados e mantidos em cativeiro enquanto parte do bando de assaltantes obrigou que ela fosse até sua agência para buscar o dinheiro sob ameaça de morte de seu marido e filhos.
Após o assalto, o banco cometeu uma série de erros de procedimentos. A médica do trabalho do Itaú, por exemplo, emitiu CAT (Comunicado de Acidente de Trabalho) sem atender pessoalmente as funcionárias. O banco também se recusou a prestar acompanhamento médico e psicológico às funcionárias e seus familiares, e o que é pior, demitiu as duas por justa causa, sob a alegação de que não cumpriram as Regras de Segurança do banco.
Do ponto de vista do banco que as demitiu sem qualquer direito, elas deixaram de ser vítimas e passaram a ser “culpadas”, já que o Itaú entendeu que elas não deveriam ter entregue o dinheiro aos sequestradores que ameaçavam seus familiares de morte. E mais: o Programa do Itaú, Fique OK, que deveria prestar assistência às funcionárias, sequer sabia que elas tinham sido demitidas.
O Sindicato não aceita esse desrespeito e exige que o banco corrija essa enorme injustiça cometida com estas funcionárias e seus familiares que passaram pelo trauma que poderá afetá-los pelo resto de suas vidas. Ao invés de priorizar os lucros cada vez mais altos como o registrado de 14,6 bilhões no ano de 2011, o banco deveria valorizar mais a vida daqueles que constroem o seu patrimônio.
O funcionário do Itaú e diretor do Sindicato, Ramon Peres, ressalta que é inadmissível que o banco Itaú, após registrar o maior lucro de sua história, demita as funcionárias que passaram pelo trauma do assalto e que deveriam ser assistidas com acompanhamentos médico e psicológico.
“Estas funcionárias não sofreram o assalto sozinhas e ainda tiveram seus familiares vitimados pelos bandidos, porque o banco economiza com sua própria segurança obrigando os gerentes e chefes de serviços guardarem as chaves das agências em suas casas ao invés de contratar empresas de segurança privada. O Sindicato não aceita isso e vai exigir que o banco mude estes procedimentos e respeite seus funcionários, tratando-os com dignidade, porque foram eles que contribuiram com este lucro de 14,6 bilhões em 2011. Afinal de contas, a vida vale mais que o lucro”, afirma Ramon Peres.