Em combate à nefasta reforma trabalhista, que retira direitos dos trabalhadores brasileiros, bancárias e bancários do Itaú paralisaram suas atividades e realizaram atos em todo o Brasil nesta quinta-feira, 1º de fevereiro. O Sindicato foi às ruas de Belo Horizonte para deixar claro que a categoria não aceita a retirada de direitos e informar a população sobre o desrespeito do banco.
No mês de janeiro, o Itaú informou que as homologações de rescisões de contrato não serão mais realizadas nos sindicatos. Isto prejudica os trabalhadores ao impedir que as entidades sindicais verifiquem a situação dos bancários, no momento da demissão, para combater abusos por parte dos bancos.
Para a funcionária do Itaú e diretora do Sindicato, Valdênia Ferreira, com o fim das homologações no Sindicato, o bancário com certeza terá prejuízos. “No Sindicato, fazemos a devida conferência das verbas rescisórias, além de barrarmos as demissões injustas como as de pessoas doentes, assediadas sexual e moralmente ou pessoas que sofreram homofobia. Por isso, fique atento. Homologação fora do Sindicato é fria”, afirmou.
Além disso, em dezembro do ano passado, o Itaú também havia tentado promover alterações com relação à definição da data e período de férias. O banco havia estipulado que seus departamentos Jurídico e de RH definiriam novas regras de acordo com as mudanças da nova lei trabalhista. Esta mudança, porém, foi revertida por meio da pressão dos trabalhadores.
Para as entidades representativas da categoria, a decisão unilateral do Itaú de acabar com as homologações nos sindicatos não faz sentido tendo em vista as constantes mesas de negociação realizadas com o banco.
O funcionário do Itaú e diretor do Sindicato, Ramon Peres, afirmou que o Sindicato sempre estará aberto ao diálogo. “Porém, as decisões unilaterais do banco não estão ajudando nas negociações. A paralisação de hoje demonstrou o quanto os bancários estão unificados e que o Sindicato não vai medir esforços na defesa do emprego e dos direitos adquiridos com muita luta em todos esses anos”, destacou.
A decisão pela realização das atividades em protesto contra medidas que tenham como base a nova lei trabalhista foi tomada pelo Comando Nacional dos Bancários na última quinta-feira, 25 de janeiro.
Negociações em andamento
As negociações sobre a criação do Centro de Realocação e Requalificação Profissional, previsto na cláusula 62 da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria, é um exemplo de negociações em andamento entre o banco e os representantes dos trabalhadores.
Conquista da Campanha Nacional de 2016, a redação final da cláusula havia ficado pendente no fechamento da negociação e foi aprovada pelo Comando Nacional e pela Federação dos Bancos (Fenaban) no final de setembro de 2017.
No Itaú, os trabalhadores criarão também um grupo para monitorar o andamento das realocações e requalificações, como já aconteceu após a incorporação do Unibanco.
As negociações para a próxima Campanha Nacional também já foram iniciadas.