Os bancários do HSBC realizaram manifestações por todo o Brasil para marcar o Dia Nacional de Luta, nesta segunda-feira (29). Na capital paranaense, 18 agências do banco inglês permaneceram fechadas durante todo o dia.
"Os bancários do HSBC estão mobilizados e esperam respeito. Não podemos admitir que o banco deixe o país falando em prejuízo, mas leve no bolso R$ 17 bi. Lutaremos pela garantia dos nossos direitos até o fim. Exigimos garantia de emprego e a nossa Participação nos Lucros", reivindicou Cristiane Zacarias, coordenadora da COE/HSBC.
"O HSBC continua indiferente às reivindicações do movimento sindical pela abertura de diálogo. Esperamos que com a atividade de hoje o banco reveja sua postura de descaso com os trabalhadores. Caso contrário, continuaremos mobilizados até que sejamos ouvidos", acrescentou o presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba, Elias Jordão. No restante da base da Fetec-PR, mais 15 agências foram paralisadas.
Em São Paulo, a manifestação aconteceu no Tower SP, prédio da direção do banco. Os representantes dos trabalhadores protestaram e denunciaram a falta de compromisso do HSBC Brasil, mais uma vez, com seus trabalhadores. “Queremos o fim do assédio moral, melhorias nas condições de trabalho e que o Bradesco cumpra sua palavra de que não haverá demissões em massa no processo”, reinvidicou Sergio Siqueira, diretor da Contraf-CUT e funcionário do banco.
No ABC (SP), 10 agências permaneceram fechadas durante todo o dia. “Esse anúncio feito pelo banco, além de surpreender os bancários causou revolta, pois aguardavam os resultados com uma expectativa favorável, até porque, em agosto do ano passado, um comunicado do banco anunciou o crescimento de 247% do lucro do HSBC no Brasil”, explicou Belmiro Moreira, presidente do Sindicato e funcionário do banco.
A notícia do não-pagamento sem a divulgação dos resultados do HSBC no Brasil em 2015 gerou insatisfação e revolta nos bancários. “Não é justo essa atitude do banco de não pagamento da PLR e da PPR, pois os resultados do bando foram conquistados graças aos bancários”, finalizou Belmiro.
Indignados com a situação, os funcionários do banco no Distrito Federal protestaram em várias agências, entre elas, as da 509 e 502 Sul, 504 e 511 Norte, Taguatinga, Lago Sul e Sobradinho. “Tentamos de todas as formas uma negociação séria com o HSBC. Mas, infelizmente, o banco não quer conversar com a gente. Que fique bem claro que não iremos aceitar a justificativa de que o resultado do Grupo no Brasil foi abaixo do esperado”, enfatizou Paulo Frazão, bancário do HSBC e diretor do Sindicato.
Frazão se refere à queda de 1,2% no lucro líquido e um prejuízo inesperado no quarto trimestre (US$ 858 milhões). Mas mesmo com a redução no volume de negócios (2,36%), o próprio presidente do HSBC, Douglas Flint, chamou o desempenho do grupo de “globalmente satisfatório”.
“A decisão do banco é um desrespeito total com as bancárias e bancários que se empenharam durante todo o ano. Mais uma vez, o banco vem protelando o pagamento do que já foi acordado. Nós, funcionários, não somos responsáveis pelas decisões globais tomada pela empresa”, protestou o diretor do Sindicato Raimundo Dantas, também funcionário do HSBC.
Em Campina Grande (PB), a agência do HSBC também teve as atividades paralisadas. Como a paralisação desta segunda foi de advertência, somente os terminais de autoatendimento ficaram disponíveis ao público.
Durante todo o dia, diretores do Sindicato dos Bancários de Campina Grande permaneceram em frente à unidade chamando a atenção da população com faixas e cartazes, e esclarecendo dúvidas dos bancários.
O Sindicato dos Bancários de Mogi das Cruzes (SP) também fez uma ação nas agências de sua base. Diretores da entidade percorreram as agências do banco inglês das cidades de Mogi das Cruzes, Suzano e Poá para mostrar aos trabalhadores que a unidade e a mobilização de todos são fundamentais para que o direito à PLR seja garantido, bem como o emprego.
“Não é justo que os trabalhadores paguem por isso. O anúncio deixou todos indignados, por isso percorremos as agências do HSBC para conversar com bancários e mostrar a importância da força e união de todos nesse momento. Continuaremos lutando e não abriremos mão desse direito”, destacou Regina Siqueira, diretora de Imprensa do Sindicato.
Em Teresópolis, o Sindicato dos Bancários distribuiu panfletos na única agência da cidade, aos funcionários, clientes e usuários para denunciar mais um descaso da empresa.
O Sindicato dos Bancários de Sergipe realizou protestos e retardou a abertura do expediente nas duas agências do HSBC, instaladas na cidade. “Até agora, o bônus foi pago apenas para gerentes e área comercial. O banco excluiu esse direito a todos os demais funcionários”, afirmou a presidenta do Sindicato, Ivânia Pereira.
Em assembleias realizadas às 8h30, na sede e na subsede do Sindicato dos Bancários de Angra, os trabalhadores do HSBC decidiram paralisar as atividades por 24 horas
O Sindicato dos Bancários de Blumenau organizou paralisação das quatro agências do HSBC de Blumenau, das 8 horas às 12 horas. Os empregados ficaram do lado de fora das agências e receberam o material interno confeccionado para a paralisação.
Em Dourados, Mato Grosso do Sul, a manifestação aconteceu durante toda a manhã com retardamento em 1 (uma) hora na abertura da agência da cidade. Com carro de som, faixas e cartazes os trabalhadores deram o seu recado sob a coordenação do Sindicato dos Bancários e Trabalhadores do Ramo Financeiro de Dourados e Região.
O Sindicato dos Bancários de Vitória da Conquista e Região também promoveu uma paralisação na agência do HSBC de Conquista. "Apesar do acordo firmado após a greve, o banco divulgou um comunicado afirmando que o pagamento seria feito apenas para a área gerencial. Esta atitude é desrespeitosa, uma vez que todos trabalham igualmente para a obtenção dos resultados. A paralisação é uma forma de dar visibilidade à insatisfação dos bancários para tentarmos reverter essa situação e receber a nossa parcela da lucratividade do banco", afirmou Sarah Sodré, bancária do HSBC e diretora do Sindicato.
O HSBC é um dos maiores bancos do mundo e no último ano teve um lucro global de 13,5 bilhões de dólares. As agências em atividade no Brasil, por exemplo, geraram o saldo positivo de 191 milhões de dólares somente no primeiro semestre do ano passado.
Todo esse lucro é fruto do trabalho dos bancários, que muitas vezes são submetidos à metas inalcançáveis, cobranças abusivas e ao assédio moral. Mesmo assim, a instituição financeira tem se negado a cumprir os benefícios que foram acordados com a categoria. "Apesar do acordo firmado após a greve, o banco divulgou um comunicado afirmando que o pagamento seria feito apenas para a área gerencial. Esta atitude é desrespeitosa, uma vez que todos trabalham igualmente para a obtenção dos resultados. A paralisação é uma forma de dar visibilidade à insatisfação dos bancários para tentarmos reverter essa situação e receber a nossa parcela da lucratividade do banco", completou Sarah Sodré, bancária do HSBC e diretora do Sindicato.
O Sindicato dos Bancários de Pernambuco visitou as agências de Piedade, Boa Viagem, Agamenon, Olinda, Caxangá e Boa Vista para conversar com os bancários e com os clientes e distribuiu material informativo.
“O banco sequer anunciou o balanço da subsidiária no Brasil, apenas divulgou os números globais. Além disso, há três anos, o HSBC manipula os dados para justificar o não pagamento do que é devido aos seus empregados”, lamentou a diretora do Sindicato, Suzana Andrade, funcionária do banco.
Segundo Suzana, nos últimos anos, os balanços do HSBC têm destinado parcelas altíssimas para os chamados “provisionamentos duvidosos”. Estas reservas, a serem utilizadas para possíveis perdas com inadimplência, têm sido recorrentemente usadas pelos bancos para esconder os lucros. “É uma manobra que só prejudica os bancários. Os grandes executivos e os acionistas continuam recebendo altos bônus”, ressaltou.
O Sindicato dos Bancários de Catanduva reforçou o movimento com ato em frente à agência local. Luiz Eduardo Campolungo lembrou que o bônus dos executivos da alta gerência está garantido. “Como o banco pode pagar bônus, reconhecendo a eficiência e desempenho, e ao mesmo tempo alegar prejuízo? Não somos contra qualquer bônus, mas queremos que o benefício seja estendido a todos por meio da PLR e do PPR”. Eduardo estima que o bônus contemple apenas 20% do quadro de trabalhadores do banco.
O HSBC está presente em 531 municípios brasileiros. O processo de incorporação do banco pelo Bradesco ainda não foi concluído e, apesar de a empresa inglesa ter garantido que não haverá demissões em massa, ninguém sabe o que está por vir, o que tem deixado os cerca de 21 mil funcionários apreensivos. O Movimento Sindical tem reiterado a cobrança pela garantia de emprego e direitos.