Bancários do HSBC definem pauta específica e cobram valorização

A Contraf-CUT reuniu os integrantes da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do HSBC, na segunda e terça-feira, dias 12 e 13, em Curitiba, para debater as principais demandas específicas no banco inglês. O encontro foi realizado no Espaço Cultural e Esportivo dos Bancários.

O evento ocorreu logo depois da 7ª Reunião Conjunta de Redes Sindicais do Itaú Unibanco, Santander, HSBC e BBVA, realizada entre os dias 5 e 7, em Santiago, no Chile.

“Nosso objetivo era, justamente, discutir a pauta do encontro internacional, bem como as transformações que o banco está implementando em sua estrutura em toda a América Latina, inclusive vendendo participações em alguns países, como no Chile. Outra tarefa foi organizar a pauta específica dos trabalhadores do HSBC, a ser entregue ao banco para negociação no próximo período”, afirma Miguel Pereira, secretário de Organização da Contraf-CUT e funcionário do banco.

Os dirigentes sindicais debateram as questões relativas a Portaria 1.510 do Ministério do Trabalho e Emprego, de 21 de agosto de 2009, que disciplina o registro eletrônico de ponto e a utilização do Sistema de Registro Eletrônico de Ponto. Além disso, uma comissão de dirigentes sindicais visitou a agência HSBC Brasílio Itiberê no dia 12 para que a direção do banco pudesse apresentar o modelo de ponto eletrônico proposto, já com algumas alterações solicitadas pelo movimento sindical. A Contraf-CUT irá agendar uma reunião com o HSBC para acertar os encaminhamentos finais.

Questões específicas

Os representantes dos trabalhadores também debateram a pauta de reivindicações específicas que contém temas relacionados ao emprego, terceirização, saúde e condições de trabalho, remuneração variável (PLR, PSV e PPR), previdência complementar e segurança bancária. “Concluímos que é necessário pressionar a direção do banco para que as negociações permanentes sejam retomadas com urgência”, afirma Carlos Alberto Kanak, coordenador da COE do HSBC e diretor do Sindicato dos Bancários de Curitiba.

Uma das preocupações centrais do movimento sindical para o HSBC continua sendo a proteção ao emprego. Somente na base de Curitiba e região, 650 funcionários foram desligados ao longo de 2011, sendo 250 deles a pedido. “Esses números deixam claro o alto índice de insatisfação dos trabalhadores com o banco”, finaliza o dirigente.

PLR/PPR/PSV

O diretor da Contraf-CUT, Sérgio Siqueira, também lembra que nos últimos anos os bancários do HSBC vêm enfrentando inúmeros problemas com o não pagamento do programa próprio de remuneração (PPR/PSV) do banco, que está previsto para o final de fevereiro do próximo ano.

Existem vários problemas, como a falta de transparência dos resultados publicados no balanço, uma vez que o banco não divulga notas explicativas do balanço, além do fato do resultado do banco ser conhecido somente no final do próprio mês de fevereiro.

Um dos grandes problemas é que o banco inglês compensa o pagamento do PPR/PSV da PLR contratada na Convenção Coletiva dos bancários. Ou seja, o banco acaba não pagando o que promete no programa próprio. Além disso, 30% do PSV é pago mensalmente aos gerentes pelo cumprimento de metas. Dessa forma, ao final do ano, a área gerencial recebe somente um valor pequeno, pois o banco desconta do valor pago a título de PLR.

“Esperamos que desta vez os funcionários não sejam prejudicados com a política adotada pela empresa sobre o pagamento da remuneração variável. O que observamos são altos valores sendo distribuídos entre os executivos, enquanto os demais trabalhadores, que representam 90% do total de funcionários, acabam recebendo apenas migalhas. Somente no ano passado, o HSBC lucrou R$ 1,08 bilhão, alta de 61,5% em relação ao ano anterior. Respeito e valorização é o que queremos e exigimos”, conclui Sérgio Siqueira.

“A Contraf-CUT irá entregar formalmente ao banco HSBC a nova pauta específica de reivindicações e espera retomar em breve as negociações com a direção da empresa”, afirma Miguel Pereira.

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