Os bancários do Extremo Sul da Bahia realizaram, no sábado (5), o Encontro Regional dos Bancários de 2017, na cidade de Eunápolis, próximo a Porto Seguro. Foram debatidos temas ligados à conjuntura política e econômica, especialmente com o andamento das reformas no Congresso.
“Com a aprovação das reformas que atacam os direitos dos trabalhadores, o momento é oportuno para discutirmos os riscos e estratégias de enfrentamento”, afirmou Carlos Eduardo Coimbra, diretor do Sindicato dos Bancários do Extremo Sul da Bahia (Sindibancários), ressaltando a importância do encontro. “A discussão foi enriquecida com a presença dos convidados da Contraf (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro) e do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). Mas, o brilho do encontro foi a presença de um número expressivo de bancários do Extremo Sul da Bahia”, completou dirigente.
O presidente da Contraf-CUT, Roberto von der Osten, lembrou que os bancários formam a única categoria do país que possui uma convenção coletiva de trabalho nacional. “Fruto de muita organização e luta da categoria, que somente é mantida porque os bancários se reúnem em todo o país em encontros como esse, do Extremo Sul da Bahia, para debater sobre os problemas que os atingem e sobre as possíveis soluções para cada um deles”, disse o dirigente da Contraf-CUT. “Por isso, seja em São Paulo, no Rio (de Janeiro), ou em qualquer lugar do país, os encontros dos bancários têm a mesma importância e o mesmo objetivo comum, que é a manutenção da organização nacional da categoria e de sua Convenção Coletiva nacional”, explicou von der Osten, que também é um dos coordenadores do Comando Nacional dos Bancários.
O Comando Nacional dos Bancários é o responsável por discutir com os bancos cada uma das reivindicações da categoria, levantadas em todo o país, e, a partir destas reivindicações, firmar o acordo com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban).
“No ano passado o Comando Nacional fez uma leitura da conjuntura que estávamos vivendo e previu o que poderia acontecer com a classe trabalhadora neste ano. Acertadamente, firmou um acordo de dois anos com os bancos. Graças a isso, teremos garantido um reajuste neste ano que cobrirá o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), mais 1% de aumento real sobre todas as cláusulas econômicas (salário, PLR, vales refeição e alimentação), além da manutenção de todos os direitos estabelecidos em nossa Convenção Coletiva. Não fosse isso, dada a conjuntura que enfrentamos, amargaríamos um ano de grandes perdas para a categoria”, explicou o dirigente da Contraf-CUT.
Além do presidente da Contraf-CUT, que contribuiu com a reflexão sobre a Campanha Nacional dos Bancários, dentro da atual conjuntura política e econômica do país, e as resoluções da 19ª Conferência Nacional da categoria, ocorrida no último final de semana (28 a 30/07), uma economista do Dieese mostrou os impactos da reestruturação tecnológica na categoria e os desafios doa bancários em defesa do emprego e, juntamente com presidente da Contraf-CUT, o departamento jurídico do SindiBancários trouxe o debate sobre os impactos da nova legislação trabalhista (Lei 13.467/2017) sobre os trabalhadores. No encontro, os bancários definiram o plano de lutas da categoria no Extremo Sul da Bahia.
Carlos Eduardo Coimbra, coordenador-geral do Sindibancários, afirmou que contextualizar a base sobre como a conjuntura política afeta a vida dos bancários é fundamental. “Tivemos um debate qualificado. O intuito foi fornecer instrumentos de luta para que os bancários saibam como se mobilizar. A luta de classes entre trabalhadores e patrões nunca deixou de existir. O discurso dos empresários não nos pertence”, afirmou.