Bancários do Espírito Santo aprovam proposta da Caixa e voltam ao trabalho

Após 28 dias de greve, os empregados da Caixa Econômica Federal no Espírito Santo aprovaram nesta quarta-feira, 21, uma nova proposta patronal e decidiram encerrar o movimento no Espírito Santo. As agências voltam a funcionar em horário normal nesta quinta-feira, 22.

Os bancários capixabas avaliaram que a greve foi vitoriosa, pois forçou o banco a avançar, ainda que timidamente, nas negociações e fortaleceu a unidade dos bancários em nível nacional. “A direção da Caixa, sob o comando do Governo Lula, não conseguiu nos derrotar”, avalia a diretora do Sindicato Bernadeth Martins.

Uma vitória dos empregados foi a retomada das negociações na terça-feira, 20, véspera da audiência no Tribunal Superior do Trabalho (TST). A CEF tentou levar o debate da Campanha Salarial 2009 para a Justiça, ajuizando o dissídio coletivo. Mas os empregados não se intimidaram e mantiveram o movimento até que o banco cedeu e retornou à mesa de negociações.

A assembléia dos capixabas também orientou a desvinculação da discussão da isonomia entre os novos e antigos empregados da Campanha Salarial, pois essa é uma luta permanente dos bancários.

Nova proposta

A Caixa aceitou ampliar o quadro de funcionários. Inicialmente seriam 3 mil novas contratações. Após a pressão dos empregados, serão mais 5 mil novos bancários. Essas contratações serão importantes para melhorar as condições de trabalho no banco, pois a sobrecarga de trabalho é grande em todo o país. Outro item novo da proposta patronal foi o pagamento de um abono linear de R$ 700,00 para todos os funcionários, na folha de pagamento do mês de janeiro de 2010.

Os avanços na mesa específica se somam aos obtidos nas negociações com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), como o reajuste de 6% sobre salários e benefícios e a distribuição da participação nos lucros e resultados no montante de até 15% do lucro líquido – no início das negociações, os bancos queriam reduzir esse percentual para 5,5%.

PLR

A regra básica de PLR que consta da Convenção Coletiva assinada nesta semana prevê 90% do salário mais parcela fixa de R$ 1.024, com teto de R$ 6.680. Além disso, será paga parcela adicional de 2% do lucro líquido distribuídos linearmente entre todos os bancários, com teto de R$ 2.100. Esse adicional será garantido independentemente de o lucro ter crescido ou não.

Na Caixa, a continuidade da greve dos empregados garantiu mais R$ 100 milhões para distribuição aos empregados a título de PLR. Os valores foram definidos pela Caixa por grupos de cargos, “de acordo com a complexidade das atribuições”, variando de R$ 4 mil a R$ 10 mil.

Cada bancário vai receber a PLR de acordo com essa regra própria da Caixa ou a da Fenaban, a que for maior. Além disso, a proposta prevê que será pago no dia 3 de novembro deste ano 100% do valor, aplicando a regra básica da Fenaban. A segunda parte da PLR será paga em março de 2010.

O banco se comprometeu, ainda, a construir com as representações dos empregados, na mesa de negociação permanente, uma fórmula perene para a PLR.

Outras conquistas

Outros pontos importantes dentro dos ganhos sociais nas negociações específicas com a Caixa são a criação e implantação dos comitês de acompanhamento da rede credenciada do Saúde Caixa e medidas que melhoram as condições de saúde e combatem o assédio moral.

Dias parados

Em relação aos dias de greve, a Caixa seguirá a regra negociada com a Fenaban, com compensação dos dias parados entre os dias 17 de setembro e 21 de outubro, com prestação de jornada suplementar até o dia 18 de dezembro.

A compensação será limitada a 2 horas por dia e não pode recair nos finais de semana ou feriados. As horas extras feitas antes da assinatura do acordo não podem ser utilizadas para compensação.

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