Em mais um ato no combate à discriminação na sociedade e, especialmente, no ramo financeiro, o Dia Nacional de Luta pela Igualdade de Oportunidades (14 de julho) concentrou ações do Sindicato dos Bancários de Brasília logo pela manhã na Praça do Cebolão, do SBS. Depois, os bancários seguiram em passeata pela Galeria dos Estados.
“A igualdade de oportunidades é uma questão de direitos humanos. É a democracia que o movimento sindical busca”, destaca Rosane Alaby, diretora do sindicato e integrante da Comissão de Gênero, Raça e Orientação Sexual (CGROS) da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).
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A resistência nos bancos em oferecer condições de igualdade no acesso e permanência no emprego para homens e mulheres, raças, deficientes e homossexuais foi lembrada nas apresentações de esquetes pelo ator Miquéias Paz. A discriminação foi comprovada pelos resultados do Mapa da Diversidade, divulgado no último dia 2 de julho pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban).
“Mesmo as mulheres representando quase metade da categoria, os dados comprovam que ainda ocorre a discriminação”, afirma a deputada distrital e bancária Erika Kokay (PT), lembrando que elas ganham 78% do salário dos bancários. Além disso, quando as mulheres estão nos cargos de gerência, recebem a remuneração 10% menor, em média.
Segundo a pesquisa, 19,5% dos bancários são negros ou pardos, que ganham, em média, 84,1% do salário dos brancos. Só 8% da categoria é composta por mulheres negras, enquanto os deficientes não ocupam sequer a cota de 5% de vagas exigida por lei.
As atividades da manhã terminaram em frente ao Edifício Morro Vermelho, onde fica uma seção da Confederação Nacional das Instituições Financeiras (CNF). Esta ação e as conversações anteriores mantidas pelo Sindicato e a Contraf-CUT junto às entidades dos bancos geraram resultados positivos.
Em carta, a CNF informou que sua filiada, a Febraban, disponibilizou os dados do Mapa da Diversidade para a Comissão de Direitos Humanos (CDH) da Câmara dos Deputados, e deverá entregá-los também para as instituições interessadas, entre elas, a Contraf-CUT.
As atividades do Dia Nacional de Luta prosseguiram à tarde. O Sindicato distribuiu no prédio Matriz I da Caixa a edição especial do jornal que trata da pesquisa da Febraban e da discriminação dos negros, mulheres e deficientes no sistema bancário.
O Mapa da Diversidade, que só foi feito por causa das pressões do movimento sindical, não ficou completo como reivindicavam os bancários. “Os banqueiros sequer incluíram a questão sobre orientação sexual na pesquisa, sendo que nós tentamos inserir o tema”, relata André Nepomuceno, secretário geral do Sindicato.
O Sindicato dos Bancários de Brasília não concorda com nenhum tipo de discriminação. Por isso, apóia as iniciativas que lutam pela igualdade, como a 12° Parada do Orgulho LGBTS da cidade. Ela ocorrerá no dia 19 de julho, com concentração para a caminhada na altura da 111 Sul do Eixão, às 14h30. Neste ano a parada defende o tema: Jovens LGBT para inclusão e cidadania.