Aderindo a manifestação nacional contra o impasse do Banco do Nordeste do Brasil (BNB) nas negociações junto aos seus empregados, aconteceu na manhã de terça-feira (26), de 9h às 10h, em frente à agência do BNB no centro comercial de Teresina, um protesto denominado Dia do Vermelho.
Os bancários foram orientados a vestir uma peça de roupa da cor vermelha como forma de protesto. Na oportunidade, foi distribuída uma carta-aberta esclarecendo à população sobre o descaso da diretoria do banco para com seus funcionários.
O diretor do Sindicato dos Bancários do Piauí, Carlos Augusto, abriu a manifestação esclarecendo os motivos da protesto dos bancários daquela agência.
Em seguida, foi a vez da diretora do Sindicato, Lusemir Carvalho, destacar a importância dessa mobilização como forma de pressionar a direção do BNB no sentido de retomar as negociações. “Há mais de dois meses, o banco não convoca uma negociação e, quando o faz, não tem avanços. Mesmo assim, estamos no nosso papel de cobrar uma posição concreta por parte do BNB”, explica.
A sindicalista acrescenta que, além da falta de promoção dos salários, a questão da isonomia de tratamento, ponto eletrônico, licença-prêmio para os novos funcionários, “a maior preocupação é justamente para com os mais de 3.200 terceirizados que existem para menos de 1.600 funcionários do banco e isso não podemos deixar do jeito que está”, enfatiza Lusemir.
Outro ponto apontado por ela diz respeito à não-contratação dos concursados e à justificativa do banco para isto. Segundo Lusemir, é que o Dest não permite a abertura de vagas nas agências. “Hoje, no Ceará e em Alagoas, está acontecendo uma audiência pública sobre o BNB. Para se ter uma ideia, a superintendência do banco tem 25 contratados para o carto de auxiliar de arquivo, onde só existe um arquivo. Ou seja, o banco utiliza manobras para contratar terceirizados”, revela.
O diretor do Sindicato, Gilberto Mendes, também fez questão de demonstrar sua indignação por conta da postura do banco em não chamar os bancários para uma conversa sobre suas reivindicações.
Por sua vez, o diretor do Sindicato, João Neto, disse que o Dia do Vermelho foi uma forma de denunciar para a população quanto ao não avanço das negociações do BNB. “O banco não consegue implantar, por exemplo, o ponto eletrônico, sendo que no Sindicato dos Bancários do Piauí, que é uma entidade pequena em relação ao tamanho do BNB, já existe este sistema”, observa.
“Estamos cobrando responsabilidade social pelo desrespeito da direção do banco para com seus funcionários”, complementa o sindicalista.
O presidente do Sindicato, José Ulisses de Oliveira, também mostrou sua insatisfação por conta do impasse nas negociações. “A partir de 1º de maio, vamos mostrar a cara aos banqueiros e cobrar avanços nas mesas de negociações para que em setembro, mês da data-base da categoria, já tenhamos fechado um acordo e assim evitar a greve. Não paramos o atendimento hoje em sinal de respeito ao cliente e à sociedade, mas vamos ter paciência em esperar uma posição concreta até setembro”, reforça.
Ele esclarece que o Sindicato vai alertar a população sobre a intransigência dos banqueiros, “mas, se não houver um posicionamento com uma proposta digna, a situação vai se agravar”, conclui Ulisses.