Entidades sindicais das regiões Norte e Nordeste vão realizar uma campanha unificada contra a Medida Provisória (MPV) 1052. A decisão foi tomada em reunião realizada nesta quarta-feira (2). A MPV provoca mudanças consideradas devastadoras nos fundos constitucionais de desenvolvimento regional do Norte (FNO), Nordeste (FNE) e Centro-Oeste (FCO), com impactos negativos em bancos públicos como o Banco do Nordeste (BNB), Banco da Amazônia (Basa) e mesmo na política de crédito rural do Banco do Brasil.
A reunião desta quarta-feira contou com a participação de representantes dos empregados do BNB e do Basa; da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT); da Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro do Nordeste (Fetrafi NE); da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Centro Norte (FETEC-CUT/CN); da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe, além de representantes de sindicatos bancárias das duas regiões.
Campanha
A campanha começa com um evento político na semana que vem, que reúna parlamentares e a Frente de Defesa dos Bancos Públicos, para debater os impactos da MPV nos bancos e nas próprias regiões. O evento reunirá também entidades representativas regionais, federações da indústria, comércio e de agricultores, associações comerciais, clubes de diretores lojistas, sindicatos e associações dos empregados dos dois bancos regionais.
Também será realizado até meados do mês um encontro dos trabalhadores do BNB e do Basa para discutir formas de organização contra a medida do governo. Uma campanha unificada também vai mobilizar os empregados dos bancos e a sociedade na mídia e nas redes sociais.
MPV
A MPV reduz a taxa de administração cobrada pelos bancos e, assim, estas instituições deixam de ter uma importante fonte de recursos para os empréstimos regionais que concedem. A redução acaba comprometendo a sustentabilidade dos fundos de desenvolvimento dessas regiões, mas também dos bancos públicos que os administram. Basa e BNB promovem investimento e fomentam o desenvolvimento sustentável da Amazônia e do Nordeste. O Banco do Brasil, por meio do FCO, administra o crédito rural para o Centro-Oeste.
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