PARA ENTENDER AS REIVINDICAÇÕES ESPECÍFICAS DO BB (1)
A cláusula 42 do acordo específico em vigor do Banco do Brasil, que limita os descomissionamentos, foi uma importante conquista da Campanha Nacional dos Bancários em 2010 e fruto de forte greve geral da categoria e de uma melhora na participação dos funcionários comissionados do BB. Os bancários do BB querem na campanha deste ano melhorar a redação dessa cláusula.
Veja aqui na revista O Espelho de julho a pauta específica de reivindicações dos funcionários do BB.
O objetivo da reivindicação sobre a trava contra descomissionamento, que virou conquista após a greve, é o de impedir ou dificultar a perda de função dos funcionários por motivos fúteis e sem justificativas plausíveis por parte do BB e de seus gestores.
“Nós do movimento sindical entendemos que nenhum trabalhador pode perder sua função e ter redução em sua remuneração. O banco, porém, através de uma gestão voltada somente ao mercado e baseada na violência organizacional e nas metas abusivas, vinha descomissionando pessoas sem nenhum critério profissional”, critica William Mendes, secretário de Formação da Contraf-CUT.
Primeiro vinham as ameaças por não cumprir metas, não “colaborar” com a empresa (fazer horas extras gratuitas, por exemplo), por participação nas mobilizações por conquistas de novos direitos a todos etc. Depois os gestores da dependência tiravam a comissão a qualquer momento. Às vezes, até para abrir vagas para colegas ou conhecidos de outras agências.
Após a conquista do direito em 2010, outras formas de descomissionamento surgiram como as reestruturações do BB 2.0 ou por “conduta incompatível com o cargo”. Nesta última, inclusive, cabe qualquer coisa para retirar a função de um bancário do BB e prejudicar uma carreira em andamento.
“Nosso objetivo em 2011 é melhorar a redação da cláusula, recuperando o texto original proposto e incluindo um parágrafo para coibir esse subterfúgio criado pelo BB em relação à ‘conduta’. Também queremos incluir na cláusula todos os funcionários, inclusive os primeiros gestores que o banco exigiu que ficassem fora da regra”, explica William.