(Cuiabá) “Isso aqui está um inferno…” Essas foram as palavras ditas por um dos trabalhadores da agência do Banco do Brasil em Poconé, município pantaneiro localizado a 100 km de Cuiabá, a uma das diretoras do Sindicato dos Bancários e dos Trabalhadores do Ramo Financeiro no Estado de Mato Grosso (Seeb/MT).
Após denúncias feitas ao Sindicato, o mesmo entrou em contato com bancários e clientes do banco, que disseram que na agência, os trabalhadores enfrentam diariamente a ausência, quase que total, de condições de trabalho. “As denúncias relatadas mostram que faltam funcionários, e que os que têm, estão todos sobrecarregados de trabalho, obrigados a realizarem horas extras além do que permite a lei. Também fomos informados que o banco não está utilizando o ponto eletrônico”, afirma o presidente do Seeb/MT, Arilson da Silva.
De acordo com ele, é comum no Banco do Brasil esse tipo de prática, ou seja, cobrança por metas e acúmulo de responsabilidades. “Mas o pior de tudo é um bancário exercer a função que lhe é determinada e ainda ter que acumular, por exemplo, as funções de um gerente, mas isso tudo, sem receber por esse cargo”, explica Arilson da Silva.
Além disso, ainda há denúncias de que a maioria dos funcionários não está podendo usufruir do intervalo intrajornada, devido ao excesso de trabalho. “Isso sem contar que o horário de funcionamento da agência é das 9h às 14h, e que, segundo as denúncias, raramente os funcionários deixam o banco antes das sete horas da noite”, se indigna o presidente.
Por essa razão, os dirigentes do Sindicato dos Bancários vão realizar nesta quinta-feira, 14 de fevereiro, a partir das 9h na agência do Banco do Brasil em Poconé (Rua Campos Sales, nº 49 – Centro), uma manifestação contra essas medidas adotadas pelo banco no município. O ato irá cobrar da direção do banco mais contratações, melhorias nas condições de trabalho e atendimento ao público e também, remuneração justa aos substitutos.
“Num site local de Poconé, vimos as reclamações de clientes do BB sobre o atendimento no banco, principalmente quanto ao tempo de permanência nas filas e a falta de dinheiro nos caixas eletrônicos durante os dias de carnaval. A população se sente desrespeitada, mas o desrespeito do banco, além de passar pelos clientes e usuários, também passa pelos funcionários, que são sobrecarregados de todas formas e confundidos com a falta de responsabilidade única da empresa”, diz Arilson.
Depois de ser informado sobre esses problemas, o Sindicato protocolou junto à Delegacia Regional do Trabalho, uma denúncia, pedindo a fiscalização do órgão junto ao banco. Com isso, o Seeb/MT pretende mudar essa realidade em Poconé e fazer com que o Banco do Brasil cumpra com suas obrigações.
Fonte: Neila Gonçalves – Seeb/MT