Os funcionários do Banco do Brasil integraram o Dia Nacional de Luta realizado em todo o país nesta terça-feira, dia 20. Em Porto Alegre, apesar da chuva que caia sobre a capital gaúcha, a manifestação tomou conta da frente do prédio da Rua Uruguai. Os participantes cobraram melhores condições de trabalho, implementação do plano odontológico e um novo Plano de Carreiras, Cargos e Salários (PCCS), além da contratação de novos empregados.
A ação ocorre uma semana antes de uma série de reuniões entre movimento sindical e direção do BB, e também terá como intuito pressionar a direção a atender as reivindicações do funcionalismo.
Além dos diretores do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre (SindBancários), da Contraf-CUT e da Federação dos Bancários do RS, compareceram representantes dos sindicatos do Vale do Caí, Vale do Paranhana, Camaquã, Santa Cruz, Santa Maria, Osório, Rio Grande e Alegrete.
Para o diretor do SindBancários, Pedro Loss, hoje o BB está envolto em filas e em burocracia, o que resulta em prejuízos no atendimento prestado ao público. Para melhorar o atendimento, ele lembrou da necessidade de contratação de 10 mil novos funcionários prometida em outubro de 2009. Até agora o BB não se manifestou sobre o assunto.
“O banco precisa assumir sua responsabilidade social na prática e não ficar vendendo esta imagem de bonzinho na mídia. O PCCS até agora não apresentou avanços. O banco deve tratar a mesa de negociações de forma séria e responsável”, disse o dirigente.
Também diretor do SindBancários, Ronaldo Zeni destacou que os bancários estavam na rua para mostrar à população os desmandos do BB para com seus empregados. “Queremos um PCCS digno para um banco público, para que seus trabalhadores possam exercer suas funções tranquila e dignamente. Também exigimos melhores condições de trabalho, o fim do assédio moral, das metas abusivas e uma proposta para o plano odontológico.”
A diretora da Feeb-RS, Denise Falkenberg, recordou a trajetória de 200 anos do BB. “Em dois séculos, o banco ainda não conseguiu resolver seus problemas. Não é possível conviver sem um PCCS e sem perspectivas de ascensão. A promoção ocorre apenas por comissionamento. O BB copia e coloca em prática o que há de pior nos bancos públicos. Por um PCCS e condições de trabalho dignas”, manifestou.
Porto Alegre está dando um exemplo de luta dos trabalhadores para o restante do país, observou o secretário de Imprensa da Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr. “Esta manifestação serve para mostrar ao Brasil que está na hora de o BB resolver os problemas de seus empregados e negociar com seriedade na mesa de negociação. Chega de enrolação, o BB deve apresentar uma proposta concreta aos bancários “, destacou.
O dirigente da Contraf-CUT aproveitou o processo de internacionalização do BB para cobrar negociações com a UNI Finanças para firmar um acordo marco global. “Queremos que o BB garanta direitos fundamentais aos trabalhadores em todos os países onde estiver atuando”, frisou Ademir.
“Essa manifestação de protesto aqui em frente do BB é para demonstrar como que os bancários estão trabalhando. Até agora o banco não deu nenhum sinal de que pretende avançar no processo de implantação de um novo plano de cargos e salários”, assinalou o o diretor de Saúde da Feeb-RS, Amaro Silva de Souza.
“Internamente, o BB impõe metas abusivas e sobrecarga de trabalho, provocando doenças do trabalho. São estas condições que o banco adota para ser competitivo no mercado. Não aceitamos esta forma que a direção conduz o BB”, salientou Amaro.
Negociação permanente
Neste final de mês ocorrem reuniões entre a Comissão de Empresa dos Funcionários do BB e representantes do banco nas mesas temáticas de Saúde e Condições de Trabalho, dia 27, e de Remuneração e PCCS, dia 29, além da continuidade da negociação permanente no dia 28, quando entram na pauta todos os assuntos debatidos nas mesas e outras reivindicações.