Basta ao desemprego, à crise, à miséria e à retirada de direitos. Este foi o grito ecoado nesta sexta-feira, 10 de agosto, Dia do Basta promovido pelos trabalhadores bancários, juntamente com várias outras categorias e movimentos sociais em todo o Brasil. Em Belo Horizonte, bancárias e bancários se uniram à mobilização para dizer também basta aos abusos dos bancos, cobrar uma proposta decente na Campanha Nacional 2018 e defender os bancos públicos.
A categoria realizou ato em frente à agência Século da CAIXA, na região central da capital mineira, e se uniu à grande marcha que teve início na Praça Afonso Arinos e seguiu até a Praça Sete. Os bancários também retardaram a abertura de agências no centro de Belo Horizonte e se mobilizaram em frente à agência Tupinambás da CAIXA e aos prédios do Banco do Brasil nas ruas da Bahia e Guarani.
Desde o golpe que levou Temer à presidência, o Brasil vive o aprofundamento de uma crise econômica e social que levou a altos índices de desemprego, aumento da miséria e a volta do país ao mapa da fome. Além disso, com a aprovação da lei que congelou os investimentos por 20 anos, os serviços públicos, programas sociais e diversas políticas essenciais à população sofreram cortes profundos no orçamento.
A reforma trabalhista também foi uma das leis nefastas aprovadas por encomenda dos grandes empresários. Sob a justificativa de modernizar a legislação, o que ocorreu foi, na realidade, a destruição de direitos dos trabalhadores, redução dos salários e a precarização do emprego em todo o país.
As medidas do governo Temer também vêm afetando as empresas públicas, com cortes de postos de trabalho, desmonte e ameaças de privatização. Na CAIXA e no Banco do Brasil, o que se vê são investidas para cortar direitos e empregos, destruir os planos de saúde dos trabalhadores, fechar agências e acabar com o papel social dos bancos públicos.
Bancos apoiam medidas contra a população
Os banqueiros estiveram entre os principais apoiadores do golpe e atuaram pela aprovação dos projetos de lei que atacam direitos, como a reforma trabalhista. Isto ficou claro neste ano, com a apresentação de uma proposta incompleta pela Fenaban e a negativa em assinar um pré-acordo para garantir as conquistas da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT).
Por isso, bancárias e bancários, em todo o Brasil, se mobilizaram no Dia do Basta também para cobrar respeito à categoria e às reivindicações da Campanha Nacional 2018. Os trabalhadores denunciaram ainda as práticas abusivas dos bancos contra os clientes, com tarifas e juros extorsivos e a precarização do atendimento.
“Estamos nas ruas para dizer basta a este modelo de governo que atende apenas aos interesses dos mais ricos. Enquanto os bancos seguem aumentando seus lucros bilionários mesmo na crise, eles desrespeitam os trabalhadores ao oferecer uma proposta insuficiente. Além disso, continuam com as taxas de juros mais altas do mundo, aumentando o endividamento dos brasileiros. Neste Dia do Basta, gritamos não ao retrocesso e deixamos claro que queremos um Brasil com valorização dos trabalhadores e inclusão social”, afirmou a presidenta do Sindicato, Eliana Brasil.