Bancários discutem combate ao assédio moral com direção do HSBC

Foi realizada no dia 30 de agosto, no Centro Administrativo do HSBC Palácio Avenida, em Curitiba, uma reunião nacional entre os representantes dos trabalhadores e a direção do banco, para discutir o combate ao assédio moral. O encontro, marcado a pedido do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região, foi motivado por uma série de denúncias que a entidade vem recebendo de condutas assediadoras assumidas por parte dos gestores do HSBC.

Estiveram presentes na reunião, representando o movimento sindical, o secretário de Organização do Ramo Financeiro da Contraf-CUT, Miguel Pereira, o presidente da FETEC-CUT-PR, Elias Jordão, o presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região, Otávio Dias, e o secretário-geral da entidade e coordenador nacional da COE/HSBC, Carlos Alberto Kanak.

Por parte do HSBC, compareceram o diretor nacional de rede de agências, Odair Dutra, o diretor da Rede Sul, Ronis Carvalho, o superintendente regional de Curitiba, Sérgio Loução, o consultor de RH em Curitiba Juliano Bueno e os relações sindicais Antonio Carlos e Gilmar Lepchak.

Diante do quadro preocupante quem vem sendo denunciado pelos bancários do HSBC, os representantes dos trabalhadores apontaram a importância da construção de uma política sistemática de prevenção e combate ao assédio moral, que estabeleça uma normatização interna com procedimentos específicos.

“Existem muitas formas de violência organizacional, e o assédio moral é uma delas. Todas causam dor e sofrimento aos bancários, mas o encaminhamento e tratamento necessários são diferentes, por isso é importante que esta distinção seja esclarecida”, alerta Carlos Alberto Kanak.

Na maioria das vezes, o assédio moral está associado às exigências pelo cumprimento de metas abusivas e à falta de condições para a realização do trabalho. “Nesses casos, a própria organização do trabalho é terreno fértil para a prática assediadora”, pontua Miguel Pereira.

“Muitas vezes, o assédio se materializa na postura de alguns gestores ao apresentar e cobrar resultados ou mesmo na forma como é utilizada a ferramenta de avaliação de desempenho (CDP). Caso o CDP, por exemplo, seja usado meramente para o rankeamento entre os funcionários, isso já seria assediante”, completa.

Ainda segundo Miguel Pereira, quando se trata da questão do assédio moral, normalmente, são citados o assediador e o assediado, porém, é a organização que propicia um ambiente nocivo. “É a empresa – no caso, o banco – que tem que deixar claro que não permitirá tal comportamento”, frisa o representante da Contraf-CUT. São por esses motivos que o movimento sindical está exigindo que o HSBC assuma uma postura pró-ativa, não permitindo a prática do assédio moral.

Outras demandas

Os dirigentes sindicais também aproveitaram a oportunidade para levar à direção do banco três propostas: o estabelecimento de um processo de negociação para discutir a não compensação dos 15% referentes ao adiantamento do PPR 2010, feito no final de fevereiro; o avanço dos debates sobre assédio moral rumo à assinatura de um termo de ajuste ou mesmo um acordo aditivo à CCT que coíba esta prática; e, por fim, o encaminhamento das discussões para a implementação de um Plano de Previdência Complementar para todos os funcionários no HSBC.

Respostas do HSBC

Diante das denúncias do movimento sindical, a direção do HSBC informou que vem tomando medidas reparatórias, tais como a reedição das normas internas sobre as funções dos gerentes, contratação de 600 novos funcionários para as redes de agência em todo o país e realização de visitas do departamento de RH aos locais de trabalho. Os representantes do banco também firmaram o compromisso de estar à disposição para tratar os casos em que for constatado assédio.

Para isso, foi realizada no dia 01 de setembro uma outra reunião entre o Sindicato dos Bancários de Curitiba e região e a direção local do HSBC. Estiveram presentes o superintendente regional de Curitiba, Sérgio Loução, a gerente regional de RH Suzane Drongek e o relações sindicais Gilmar Lepchak.

Representaram os trabalhadores o coordenador nacional da COE/HSBC, Carlos Alberto Kanak, o secretário Jurídico da entidade, Ademir Vidolin, e o diretor da FETEC-CUT-PR Carlos Copi. Na reunião, foram apresentadas e discutidas denúncias específicas que chegaram ao Sindicato, no intuito de cobrar uma solução por parte do banco. “Ficou evidente que a forma com que o HSBC está instrumentalizando as cobranças pelo atingimento de metas precisa ser revista urgentemente”, afirma Kanak.

Campanha Nacional dos Bancários 2010

Neste ano, a principal bandeira dos bancários para a campanha salarial é a exigência de mais saúde e melhores condições de trabalho. “Por isso, estamos em um momento propício, em que, além da discussão com a Fenaban, é fundamental que a questão do combate ao assédio moral seja encaminhada banco a banco”, destaca o presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região, Otávio Dias.

“É fundamental que a CCT aborde a questão do assédio moral e que tenhamos também nos bancos privados políticas de prevenção e combate, a exemplo dos Comitês de Ética dos bancos públicos”, complementa.

Para o movimento sindical, a continuidade das reuniões com os diretores e gestores do banco tende a ser positiva. “Já está na hora da direção do HSBC ver este problema com outros olhos, encaminhando uma política verdadeira de valorização e reconhecimento dos trabalhadores”, afirma Elias Jordão, presidente da FETEC-CUT-PR. Uma nova reunião, com a presença de outros gestores, deverá acontecer ainda na primeira quinzena de setembro.

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