Bancários discutem a aplicação do Mapa da Diversidade

(São Paulo) A Comissão de Gênero Raça e Orientação Sexual (CGROS) da Contraf-CUT reuniu-se nesta terça-feira, dia 6, na sede da Confederação, para debater o Mapa da Diversidade, que começa a ser aplicado entre os bancários nos próximos meses.

Segundo a secretária de Políticas Sociais da Contraf-CUT, Arlene Montanari, o Mapa de Diversidade nada mais é do que a “auditoria” que os trabalhadores reivindicam desde antes da instalação da Mesa Temática Igualdade de Oportunidades na Fenaban, em 2000.

“Esta reivindicação nasceu justamente quando denunciamos para a Fenaban que havia discriminação nos locais de trabalho e de que as contratações eram desiguais. As mulheres, os negros, os idosos, os homossexuais e os trabalhadores com deficiência são preteridos na hora da contratação ou não têm quase chances de subir na carreira. A Fenaban, entretanto, negou a discriminação e nos desafiou a provar. Daí publicamos o ‘Rosto dos Bancários’, uma pesquisa realizada pelo Dieese em 2001 que comprovava toda a discriminação que denunciamos”, explica Arlene.

De posse dessa publicação, o Ministério Público do Trabalho resolveu procurar os bancos para garantir um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC). O documento garante prazos e metas para eliminar as desigualdades, mas não houve concordância por parte dos bancos.

“Daí o MPT entrou na justiça contra cinco bancos (Itaú, Bradesco, ABN, Unibanco e HSBC) por discriminação coletiva. Perdemos em primeira instância, porém o movimento negro arrancou uma audiência pública na Comissão de Direitos Humanos e Minorias na Câmara dos Deputados, em meados de 2005. A audiência rendeu reuniões permanentes que perduram até hoje, entre o MPT e Febraban, com participação da Contraf-CUT”, diz Arlene.

A diretora da Contraf conta que essas reuniões começaram com a discussão sobre a inserção do negro no mercado de trabalho bancário, mas logo foi ampliada com outros segmentos discriminados pelos bancos.

“Nestas reuniões, chegamos a um consenso para a realização da pesquisa do Mapa da Diversidade, que vai verificar a situação real dos bancários com relação à cor, sexo, idade, promoção, entre outros. Com os dados em mãos, vamos estipular metas e prazos para a eliminação das desigualdades existentes. O Mapa de Diversidade será aplicado em breve e todos os bancários do país devem responder a pesquisa”, finaliza Arlene.

Fonte: Contraf-CUT

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