Seminário sobre Segurança Bancária foi uma conquista da Campanha 2014
A insegurança já tomou conta de todo o estado do Pará. Não é de hoje que a população passou a instalar grades, cercas elétricas e câmeras de segurança para se proteger. A violência dentro e fora de casa já mudou a rotina de muita gente e também trouxe graves consequências para a saúde das vítimas. Entre elas há bancários e bancárias afastados do trabalho para tratamento médico e psicológico.
O Banpará foi o banco que registrou o maior número de ocorrências em 2014 em todo o estado: das 13 consumadas, 7 foram “sapatinhos”. Na busca de combater esse tipo de crime em todos os bancos, entre eles o Banco do Estado do Pará, o Sindicato dos Bancários do Pará conquistou no Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2014/2015 a realização de um seminário sobre segurança bancária.
A cláusula 32ª do ACT começou a ser cumprida na última sexta-feira (19), quando foi realizado o evento, em Belém, com a participação do diretor do Sindicato, Sandro Mattos, que também integra o Coletivo Nacional de Segurança Bancária da Contraf-CUT.
A Polícia Civil foi representada pelos delegados Samuelson Igaki (DPRCT), Ivanildo Santos (DRCO) e Evandro Araújo (DRRB). Já o Banpará contou com a presença do diretor Braselino da Silva, representantes da área de segurança do banco, além de 140 bancários e bancárias de cada unidade do Banpará em todo o estado, entre eles vítimas das ocorrências de assalto e “sapatinho” que relataram os momentos difíceis que passaram no dia do crime e que continuam passando.
Durante o seminário, o Sindicato apresentou um levantamento feito pela própria entidade que contrapõe as estatísticas da Polícia Civil. Segundo o órgão de segurança pública, houve redução nos crimes a bancos em 2014, mas o Sindicato contestou.
“Em cinco anos houve um crescente aumento e o ano de 2014 superou todos os anos anteriores. Para nós, se o GT de Segurança Bancária extinto no atual governo ainda existisse, era bem possível que muitas dessas ocorrências fossem evitadas, já que no GT planejávamos, em conjunto com os órgãos de segurança do governo e do banco, estratégias de repressão ao crime organizado”, destacou Sandro Mattos.
O dirigente sindical também defendeu a retirada da guarda das chaves das agências e dos cofres, que ainda é feita pelos bancários e bancárias, bem como o transporte de numerário. “Esses dois tipos de serviços devem ser de única e estrita responsabilidade de empresas de segurança especializada, pois o bancário não possui curso e tampouco foi contratado para essas atividades”.
Outro item que merece destaque e que deve ser copiado por todos os bancos públicos e privados é o projeto piloto de abertura remota das agências bancárias. Em Belém, o sistema já foi adotado pela Caixa e Bradesco. O sistema de abertura remota substitui a ação dos vigilantes motorizados por pessoas identificados por biometria, além da abertura pela central de monitoramento do banco.
O Banpará, pioneiro na implantação dos biombos, se comprometeu a intensificar ações sobre segurança bancária. Uma delas será a realização de um novo seminário sobre o assunto em 2015, com data a ser definida.