As alterações impostas pela direção do Banco do Brasil ao plano de funções foram motivo de novo ato dos bancários de São Paulo. Nesta quarta 20, Dia Nacional de Luta, os protestos se concentraram prioritariamente em 25 agências localizadas na região central da cidade e da Avenida Paulista, envolvendo cerca de 370 trabalhadores.
A manifestação, que integra o calendário de mobilização do Comando Nacional dos Bancários, foi marcada pelo atraso em uma hora na abertura das unidades, com a entrega de carta à população, na qual constam denúncias dos prejuízos causados pela atual gestão do banco público.
“Os trabalhadores das agências aderiram ao protesto e também mandaram seu recado à direção do banco a exemplo dos trabalhadores dos complexos administrativos. Os protestos irão prosseguir até que a empresa reveja as alterações no plano e negocie com o movimento sindical”, afirma o diretor executivo do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região, Ernesto Izumi.
Todos perdem
De acordo com análise do Sindicato, todos os trabalhadores da rede foram afetados com a imposição do novo plano. Escriturários e caixas, ao serem promovidos para assistentes ou gerentes, ingressarão com valor da função reduzida e sem garantia de reajustes futuros nas respectivas verbas.
Até janeiro deste ano, o assistente promovido por tempo ou por mérito tinha aumento real no salário bruto. Assistentes que optaram pela jornada de seis horas tiveram redução salarial de 16,25% e quem não aderiu sofreu diminuição do valor recebido pela função. Os gerentes sofreram redução do montante pago pela função, prejudicando comissionados com mais tempo de banco e que tinham zerado a antiga verba CTVF.
“O descontentamento é generalizado nas agências e concentrações. Por isso é necessário intensificar a organização em todos os setores da empresa para fazermos uma forte mobilização em abril”, orienta a secretária-geral do Sindicato, Raquel Kacelnikas.
Comando Nacional
O Dia Nacional de Luta integra série de ações definidas pelo Comando que terá continuidade com novo protesto em todo país a ser realizado em abril.
Além dos protestos a representação dos bancários atua também nos gabinetes. Em 5 e 6 de março, durante a Marcha dos Trabalhadores à Brasília, dirigentes sindicais reuniram-se com o diretor do Departamento de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (Dest), Murilo Francisco Barella, e com o assessor especial da Secretaria-Geral da Presidência da República, José Lopez Feijóo.
Antes, o Sindicato já havia entrado em contato com o senador Wellington Dias (PT-PI) e o deputado federal Ricardo Berzoini (PT-SP), denunciando a postura da direção.
Na sexta 15, o Sindicato enviou carta ao Ponto de Contato Nacional (PCN/Brasil) denunciando o Plano de Funções imposto aos funcionários pela direção da instituição.
Ações judiciais
O Sindicato conta, desde 11 de março, com plantões de advogados para receber informações sobre setores e áreas do banco e, posteriormente, montar ações por grupos homogêneos.
Também está sendo preparada ação contra a redução salarial de comissionados com 10 anos ou mais de exercício da função, inclusive daqueles que aderiram à jornada de seis horas, uma vez que a redução salarial foi imposta pela empresa a esse grupo de trabalhadores.