(São Paulo) Duas toneladas de alimentos produzidos nos assentamentos de agricultura familiar de Sumaré e Mogi Mirim foram distribuídas gratuitamente à população de São Paulo na tarde desta terça-feira, dia 18 de setembro. A manifestação promovida conjuntamente pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Federação da Agricultura Familiar (FAF), com o apoio da CUT, faz parte da Campanha Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro. O objetivo é chamar a atenção da sociedade para as dificuldades que os pequenos produtores agrícolas enfrentam para conseguir crédito nas instituições financeiras.
“A união entre cidade e campo é importante para cobrar dos bancos que exerçam de fato a responsabilidade social que tanto divulgam em seus anúncios publicitários. O aumento do crédito para a agricultura familiar é uma necessidade para o desenvolvimento do país. Os bancos não podem fugir a essa responsabilidade”, disse o presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.
Há muito que se avançar para facilitar e ampliar o acesso ao crédito rural. As operações desse tipo representam apenas 7,62% do total de crédito concedido no país, em dezembro de 2006. A parcela é ainda muita pequena. E tem espaço de sobra para crescer. Há dois tipos de recursos destinados ao desenvolvimento agrícola praticados no Brasil, o direcionado, com regras e taxas estabelecidas pelo governo federal, e o livre, em que os bancos determinam seus valores.
Dados do Banco Central revelam que dos R$ 732 trilhões, estoque de empréstimo de dezembro passado, apenas R$ 55 bilhões foram destinados ao produtor rural. O montante concedido ainda é muito tímido, mas só foi possível graças aos programas de linha de crédito direcionados. Uma parcela praticamente inexpressiva, já que apenas R$ 1,4 bilhões, foi formalizado via crédito livre.
A secretária de desenvolvimento da FAF, Ana Aparecida Rebeschini, reforça a crítica, destacando que quando chegam às agências para buscar o crédito a resposta é a mesma. “Sempre vêm com a proposta de compra de uma ‘cesta’ de produtos do banco. Sabemos que muitos funcionários são obrigados a fazer isso para cumprir metas. Isso é errado, a avaliação deveria ser pela qualidade de serviço prestado e não por venda”, afirma a dirigente rural. “Em alguns lugares, quando se consegue o crédito, estabelece-se o percentual máximo de 5% de inadimplência do município, se passar disso não há mais concessão.”
A distribuição de alimentos – batata, tomate, mandioca entre outros – durou cerca de 40 minutos. A manifestação começou em frente à sede da CUT, no Brás, e foi encerrada na Praça do Patriarca. Estiveram presentes dirigentes sindicais da Contraf-CUT, Fetec-CUT/SP, da CUT e CUT/SP.
Passeata
No dia 19 de setembro, os bancários realizam uma passeata pelas ruas do centro de São Paulo, a partir da 19h. Concentração será realizada na Rua Líbero Badaró, ao lado da sede do Sindicato (Rua São Bento, 413).
Fonte: Elisângela Cordeiro – Seeb SP