Bancários de São Paulo seguem em greve na Caixa e condenam ida ao TST

Reunidos em assembleia no final da tarde desta quinta 15, os empregados da Caixa Econômica Federal decidiram manter a greve por tempo indeterminado, em São Paulo. Com isso, o movimento irá completar 23 dias nesta sexta-feira 16.

Segundo levantamento da Associação de Pessoal da Caixa Econômica Federal (Apcef-SP), 205 locais de trabalho aderiram à mobilzação nesta quinta.

Tentativa de negociação

Uma nova rodada de negociação é esperada pelo Comando Nacional com a direção da Caixa. Enquanto a reunião não é marcada, dirigentes sindicais buscam apoio de parlamentares e realizam discussões com os órgãos controladores das empresas públicas, a fim de buscar uma saída para o impasse nas negociações com a Caixa.

Ajuizar dissídio no TST é truculência da Caixa

“O Comando Nacional dos Bancários repudia a atitude da direção do banco federal por não buscar resolver o conflito na mesa de negociação”, afirma o presidente do Sindicato, Luiz Cláudio Marcolino, que está em Brasília desde ontem na tentativa de retomar as negociações e conseguir uma nova proposta da Caixa.

“O Comando está totalmente disposto a negociar e espera que a Caixa volte atrás, respeite os milhares de trabalhadores que têm participado das assembléias diariamente e que recorreram à greve como último recurso diante do impasse imposto pelo banco”, diz Marcolino, destacando a falta de proposta para questões como novas contratações, perenidade do modelo de Participação nos Lucros e Resultados (PLR) e isonomia de direitos entre novos e antigos.

“A presidente da Caixa Federal, Maria Fernanda, foi intransigente, porque sabe que há falta de trabalhadores, que seus empregados estão no limite da exaustão agravada pelos feirões realizados nos finais de semana e da ampliação dos programas sociais”, ressalta Marcolino.

Para o presidente do Sindicato, a direção da Caixa se desesperou ao perceber que a proposta apresentada foi insuficiente e desagradou a esmagadora maioria dos bancários que decidiu, em assembléias democráticas e soberanas, permanecer em greve para tentar melhorar o que foi apresentado pelo banco.

“Não é a primeira vez que a Caixa apela ao Poder Judiciário para tentar resolver uma campanha salarial. Na contramão da relação entre o movimento sindical bancário e os bancos, que têm por tradição definir as campanhas salariais pela via negocial, a Caixa sofre de um problema de condução que tem inviabilizado as decisões de forma mais tranqüila, como os trabalhadores gostariam que fosse”, completa Marcolino.

“A Caixa preferiu a truculência a valorizar seus empregados e reconhecer o esforço desses trabalhadores que exercem uma função social fundamental. Busca o Judiciário desrespeitando esse direito de manifestação dos empregados.”

Assembleia

O Comando Nacional dos Bancários – que permanece em Brasília na tentativa de resolver a campanha pela via negocial – reúne-se na manhã de sexta 16 para colher mais informações em relação ao ajuizamento do dissídio que só foi conhecido na noite de quinta-feira 15.

Os bancários devem permanecer em greve e comparecer à assembléia desta mesma sexta 16, na Quadra do Sindicato (Rua Tabatinguera, 192, Sé) para ouvir mais orientações e debater os rumos do movimento.

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