Bancários de São Paulo protestam contra arbitrariedades do HSBC

Para protestar contra demissões e mudanças nos planos de saúde dos funcionários, o Sindicato dos Bancários de São Paulo organizou nesta quarta-feira 27 uma manifestação lúdica em frente ao edifício Tower, na avenida Faria Lima, onde se localiza a presidência do HSBC.

A ação buscou, ainda, alertar para o aumento do número de funcionários afastados por estresse e o pior pagamento de PPR dos últimos anos.

A conscientização para os diversos problemas sofridos pelos funcionários se deu por meio da distribuição do Xangai – jornal específico para os funcionários do HSBC – contendo diversos depoimentos de bancários se queixando dos problemas.

“É lamentável que o segundo maior banco do mundo faça seus funcionários de escravos” ou “Tinha mais de 20 anos de banco, boa performance, vivi três assaltos violentos e acabei demitido. Também, quem mandou eu ficar doente?” ou ainda “Sou gestor e incentivei meu pessoal a trabalhar duro para bater todas as metas. Agora estou com vergonha de dizer para eles que não poderei cumprir o que combinamos, como PPR” foram alguns dos depoimentos publicados.

“Os trabalhadores do HSBC não aguentam mais a pressão da forma que o banco tem imposto nos últimos anos. Agora os funcionários chegaram ao limite, e o Sindicato, junto com os trabalhadores, vai reagir contra as arbitrariedades que o banco tem infligido aos funcionários”, disse o diretor da Contraf-CUT e funcionário do HSBC, Sérgio Siqueira.

Mudanças nos planos de saúde

De acordo com as informações do HSBC, a partir de 2013 os bancários (titulares) não terão de pagar o valor mensal da contribuição para o plano de saúde. Essa alteração implicará em uma divisão, caso ele saia do banco: beneficiados pela Lei Federal nº 9.656/98 que, portanto, têm direito à manutenção do plano de saúde de seis meses a dois anos por contribuírem mensalmente; e os que não terão a chance de contribuir e, por isso, não poderão usufruir da manutenção para além do que determina a convenção coletiva: máximo de 270 dias.

Além dessa mudança, a partir de fevereiro, o valor da coparticipação em consultas, procedimentos ambulatoriais e exames simples passará de 15% para 20% – reajuste de cerca de 33% – e o valor cobrado será feito a partir da primeira consulta, o que antes acontecia a partir da sétima. Além disso, não haverá mais o limite de desconto, que antes era R$ 160,23 por mês, e, por isso, poderá ser descontado qualquer valor.

Ainda segundo o banco, alterações também foram feitas no plano de saúde dos aposentados, que estão sendo avisados por telefone e carta, seguindo a Resolução Normativa nº 279. O valor pago para os dependentes e aposentados sofrerá reajustes significativos a partir de março.

Sérgio Siqueira lembra que a luta continuará na esfera legal se o banco se negar a negociar as mudanças impostas nos planos de saúde. “Vamos combater essa arbitrariedade na Justiça. Além disso, manifestações como a de hoje vão ocorrer em todo o país, caso o banco britânico continue a desvalorizar seus funcionários”, completa o dirigente.

Escândalos financeiros

O ato contou também com manifestantes lavando notas de dinheiro no chão, em alusão aos escândalos financeiros em que o banco se envolveu, com acusações dos governos norteamericano e argentino de lavagem de dinheiro para fundos suspeitos.

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