Bancários de São Paulo participam de marcha noturna pelo fim do racismo

Mobilização para combater a discriminação racial e o preconceito

Os bancários marcaram presença na 15ª edição da Marcha Noturna. Representantes da categoria uniram-se a entidades do movimento negro e saíram em cortejo pelas ruas do Centro de São Paulo, na quinta-feira 12, cobrando o fim do racismo.

Com o lema que lembra os 123 anos da falsa abolição da escravatura, a marcha celebrou o histórico de resistência da população negra na luta pelo direito à liberdade.

Antes da caminhada, grupos culturais como Capoeira Filhos de Gandi, Batuque Arte e DRM Hip Hop realizaram apresentações em frente à igreja Nossa Senhora da Boa Morte.

A marcha destacou que 2011 foi instituído pela ONU (Organizações das Nações Unidas) como ano internacional dos afrodescendentes, os 300 anos da Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos e também os 20 anos da morte do Padre Batista, militante e um dos pioneiros na luta contra o racismo.

O padre Enes de Jesus, do Instituto do Negro Padre Batista, salientou que a marcha é uma tentativa de resgatar o sofrimento do negro nos dias de hoje. “O 13 de maio não é a data que representa a totalidade da libertação dos negros no Brasil. Por isso, esse movimento é para que não nos esqueçamos que ainda não temos democracia racial no país. O racismo ainda está presente na nossa sociedade. É só ver que o negro ainda não ocupa postos significativos em empresas e no poder. Os negros só vencerão os desafios com investimento em educação”, afirmou o padre.

O diretor do Sindicato e coordenador do coletivo racial, Julio César Silva Santos, destacou que o apoio dos bancários à marcha chega ao terceiro ano consecutivo. “Nossa participação tem como objetivo lembrar à sociedade que o dia 13 de maio não é uma data dada, como tenta mostrar a história contada pelas elites. Os negros sempre lutaram pela sua liberdade e continuam lutando até hoje.”

O dirigente ressaltou que a divulgação do mapa da diversidade pela federação dos bancos (Fenaban) revelou que a quantidade de pessoas com pele preta nos bancos é de apenas 3% e que a renda dos homens pretos representa 84% da dos brancos. “Concluímos que os negros são praticamente invisíveis dentro das instituições financeiras”, critica o diretor do Sindicato.

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