Mudanças impostas pelo banco causam prejuízos aos trabalhadores e à Cassi
Os cerca de 400 bancários das Gecex (Gerências Regionais de Comércio Exterior) do complexo São João, no centro de São Paulo, e da Compe, na região da Avenida Paulista, paralisaram as atividades por duas horas contra o processo de reestruturação imposto pela direção do Banco do Brasil nesses setores. O ato, também realizado em outros estados, ocorreu nesta segunda 10.
“Tenho colegas que terão perda de R$ 1,7 mil na remuneração mensal. Isso ocorre devido à reestruturação impor obrigatoriedade de as pessoas passarem da jornada de oito horas para de seis horas”, diz empregado da Gecex 1. “Essa perda será bem maior para quem está prestes a se aposentar. Isso porque o cálculo da complementação da aposentadoria pela Previ é feito a partir das últimas remunerações do bancário. Com salário menor seu benefício também será menor e isto pelo resto de sua vida.”
Outro bancário, da Gecex 2, lembra que até mesmo a Cassi (caixa de assistência) será prejudicada. “As contribuições do banco para a Cassi são baseadas na remuneração do funcionário. Logo, se o salário diminui as participações da instituição e dos funcionários com a Cassi também caem. Com menos recursos fica difícil manter serviço de saúde de qualidade aos usuários”, analisa.
O diretor do Sindicato dos Bancários de São Paulo e integrante da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB, Cláudio Luis de Souza, destaca ser essencial ampliar a mobilização para forçar a direção do BB a suspender esse processo que afeta a vida de centenas de pessoas.
“Somos favoráveis que todos tenham jornada de seis horas, mas com a manutenção dos salários e dos direitos. Essa reestruturação que hoje atinge a Gecex pode se repetir em outros locais. Por isso todos têm de participar da luta para que o banco negocie com o movimento sindical antes de promover qualquer mudança”, reforça o dirigente, acrescentando que a Contraf-CUT enviou ofício à direção do BB, em 30 de outubro, exigindo suspensão da reestruturação, mas não houve retorno.
A manifestação desta segunda envolveu 12 Gecex no país: além de São Paulo, as cidades de Belo Horizonte, Blumenau, Brasília, Caxias do Sul, Fortaleza, Recife e Rio de Janeiro.
CSA
Os dirigentes sindicais também cobram soluções para a situação dos funcionários do CSA (Centro de Suporte do Atacado) Corpore que está sendo extinto, mas que conta ainda com 43 trabalhadores sem saberem seu futuro dentro da instituição financeira.