Ato no centro da cidade reivindica melhores condições de trabalho
Os bancários de São Paulo paralisaram duas agências do Bradesco para protestar por melhores condições de trabalho, mais contratações de bancários e pelo fim das demissões. As unidades, fechadas nesta sexta 21, são do centro da capital paulista: Prime e agência Boa Vista, ambas na Rua Boa Vista.
O balanço do terceiro trimestre deste ano mostra que a instituição financeira segue a tendência dos últimos anos de reduzir seu quadro de funcionários: de 101.410 em setembro de 2013 passou para 98.849 em setembro de 2014 – corte de 2.561 postos de trabalho em um ano. Ao mesmo tempo, o banco ganhou 200 mil novos correntistas.
As queixas de funcionários em relação às condições de trabalho são abundantes e recorrentes. “É muita pressão para venda de produtos, fora as campanhas normais, todos os meses temos as esporádicas, e aí a pressão é ainda maior. As cobranças ocorrem três vezes ao dia, às vezes até mais”, relata um bancário, que ainda critica os treinamentos, considerados insuficientes e ineficazes.
“A qualidade do atendimento fica muito comprometida porque juntamente com as metas tem a sobrecarga de trabalho e a produção diária. O banco tem de nos dar treinamento mais apurado e contratar mais gente, pois tudo isso está interferindo no atendimento”, ressalta.
Os resultados do balanço do banco comprovam que há condições financeiras suficientes para aumentar o quadro de funcionários. O lucro do banco passou de R$ 9,003 bilhões até setembro de 2013 para R$ 11,227 bilhões até o mesmo mês deste ano, variação positiva de 24,7%. Só no terceiro trimestre o banco lucrou R$ 3,950 bilhões, crescimento de 28,2% em relação ao mesmo período do ano passado.
O diretor do Sindicato Vanderlei Alves salienta que as demissões estão causando muita insegurança nos bancários, sobretudo no quadro gerencial, e reforça a demanda dos funcionários. “Esses empregados precisam de melhores condições de trabalho, treinamento adequado e mais pessoal nas agências para dar conta da demanda. O Sindicato não vai descansar até que essas injustiças sejam revistas”, afirma.