Todo mundo sabe, ou pelo menos imagina, como uma obra em casa, por menor que seja, causa transtornos para nossa rotina familiar. É bagunça para todo o lado, entulho de todos os tipos e tamanhos, ruídos nos mais diferentes tons e gente estranha andando para lá e para cá o tempo todo. Só tem uma saída. Ficar em casa o menos tempo possível.
Agora imagine ser obrigado a passar o dia inteiro no meio da obra, sem a única saída como opção, e com o agravante de estar trabalhando, enfrentando a dura rotina dos bancários, recheada com metas abusivas e sobrecarga. Inferno? Sim, pode ser, e ele tem endereço: agência 0724 do Santander, Ponte Pequena, zona norte de São Paulo.
A unidade, lacrada, vinha funcionando em meio à obra com o ar-condicionado girando pó e produtos químicos por todo o lado, até que o Sindicato dos Bancários de São Paulo soube, nesta quinta 5, e foi ao local para fechar a agência.
“E assim vai ficar até que a direção do banco respeite clientes e seus funcionários, dando a cada um deles condições dignas de trabalho, afinal, são os grandes responsáveis pelos lucro do banco aqui no país, nada menos do que 25% do total mundial”, avisa o diretor do Sindicato João Roberto.
Não precisa ser nenhum gênio para prever a consequência. Na quarta 4, por exemplo, um funcionário passou mal. “Graças a Deus não foi nada grave com o trabalhador, mas o banco está brincando com a sorte”, completa, lembrando que há, inclusive, uma trabalhadora grávida lotada lá.
Além de fechar a agência, João Roberto também já entrou em contato com o banco e recebeu garantias de que já as obras serão realizadas só no final de semana. Após ação sindical, uma equipe de limpeza foi enviada especialmente para melhorar as condições da agência. “Estamos atentos e vamos voltar a cobrar a direção se assim for necessário”, completa.