Indignados, funcionários apontam assédio em contingenciamento do banco
Mais um caso causa indignação e revolta aos funcionários do Banco do Brasil. Dirigentes sindicais e militantes compareceram à Avenida Francisco Matarazzo, 1500, em São Paulo, local de contingenciamento ilegal do Banco do Brasil onde os funcionários do Cenop Operações estão sendo assediados a trabalhar.
Nesta sexta-feira 4, o 16º dia de greve da categoria, houve impedimento da entrada de representantes do Sindicato no prédio comercial para realizar reunião de esclarecimento com os trabalhadores.
Os dirigentes entraram em contato com o gerente-geral do Cenop, que afirmou ao diretor do Sindicato Ernesto Izumi que a Diretoria de Relações com Funcionários e a Diretoria de Apoio aos Negócios e Operações teriam enviado correspondência às unidades orientando sobre o impedimento do Sindicato de se reunir com os funcionários.
Segundo Ernesto, o local é um dos cinco alugados pelo banco na cidade de São Paulo ao custo de R$ 2,167 mil para burlar o direito de greve e a contratação foi realizada sem licitação.
“Vamos levar essa denúncia e acrescentar ao processo que já temos no Ministério Público do Trabalho. Foi utilizado recurso público para burlar a greve e não houve licitação para alugar os imóveis. Se de fato há ordem do banco para impedir a reunião, a responsabilidade recai sobre os diretores da Diref e Dinop”, ressalta.
“O impedimento à nossa entrada é uma excrescência. Nossa greve é pacífica e queremos exercer o direito previsto em lei de convencer funcionários a aderir ao movimento. O Sindicato não vai se calar e vamos denunciar essa medida e apurar se é verdade a denúncia de o Cenop ter criado um programa automático de entrada no ponto eletrônico para ser usado na greve”, destaca Ernesto.
“Se isso for confirmado, os gerentes terão de responder por gestão temerária e por ferir a instrução normativa ao estimular a fraude no ponto”, completa o diretor do Sindicato Edilson Montrose.
Ernesto ressalta ainda que funcionários do Cenop realizaram denúncias de assédio moral e prática antissindical à administração do BB. “Há alguns meses, até a realização de horas extras pelos assistentes que mudaram a jornada de trabalho para seis horas foi impedida pelo Rogério Feres, gerente de área, que afirma que a decisão foi do comitê administrativo.
A intervenção da Contraf-CUT fez o banco voltar atrás e todos têm direito a realizar as 20 horas mensais. Essas horas são um paliativo que vale só até o ano que vem e não resolve o problema de quem teve redução de até 16,25% no salário no plano de funções”, explica o dirigente sindical.