Emprego, respeito e remuneração decente. As respostas dos 11.925 bancários de São Paulo, Osasco e região à consulta feita pelo Sindicato deixam claro: os trabalhadores querem ser valorizados e os bancos precisam parar de espremer seus empregados até consumi-los totalmente e dispensá-los depois.
O primeiro semestre deste ano já soma extinção de 2.795 postos de trabalho nas instituições financeiras, de acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho. Os funcionários estão sendo “trocados” por outros com rendimento inferior – a diferença da remuneração é de 58% entre demitidos e contratados.
“Os trabalhadores estão cansados dessa exploração, da sobrecarga de trabalho. Isso surgiu na consulta e está nas denúncias recorrentes que chegam até nós. Querem ter seus empregos e sua rotina respeitados, querem poder pensar no futuro com tranquilidade e estão dispostos a lutar por isso”, afirma a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira.
Além do fim das demissões, das terceirizações e mais contratações (com mais de 50% das respostas), os bancários querem PLR maior (90%), aumento real (81%), 14º salário (43%), valores mais altos para os vales refeição e alimentação (74%). A maioria (73%) indica que o índice de reajuste a ser reivindicado para salários e verbas seja de até 15%.
“Somando-se à importância das reivindicações como o fim das metas abusivas (59%) e do combate ao assédio moral (57%), fica evidente o quanto os trabalhadores estão insatisfeitos com a maneira como são tratados pelos bancos. Justamente o setor cujo cenário econômico continua sendo dos melhores”, ressalta a dirigente.
Emprego é prioridade – No primeiro trimestre de 2015 somente os cinco maiores (Itaú, Bradesco, BB, Santander e Caixa) ganharam R$ 16,3 bilhões, montante 21,8% maior que no mesmo período de 2014.
“Faz parte da natureza econômica da empresa ganhar dinheiro. O problema é que os bancos distribuem muito mal todo esse lucro, desempregam, tentam rebaixar salários e cumprem mal sua função social”, critica Juvandia.
“É nesse cenário que começa nossa Campanha Nacional Unificada 2015. Temos assembleia nesta quinta para eleição de delegados que vão à conferência estadual no sábado 25 e à nacional no outro fim de semana. Não vai ser fácil. Os bancos vão vir com o chororô de sempre e nossa resposta terá de ser na mobilização”, reforça.
“Para eles não tem crise e o mínimo que podem fazer é parar com essas demissões absurdas, contratar mais trabalhadores pagando salários justos e melhorar a relação com a sociedade brasileira, ampliando o crédito produtivo e oferecendo atendimento melhor. É isso que vamos cobrar e você é parte fundamental dessa luta.”