Os bancários paralisaram nesta quinta-feira (6) a agência Praça Mauá do Santander, em Santos, durante todo o dia, contra os vários ataques desferidos pelo banco espanhol contra os funcionários e seus legítimos representantes. “A prática de assédio moral e perseguições a dirigentes sindicais é uma constante e será combatida com ações políticas e jurídicas”, disse Ricardo Saraiva Big, presidente do Sindicato dos Bancários de Santos e Região.
Perseguições
Conforme o Sindicato, o Santander adotou como norma perseguir dirigentes sindicais no Brasil, na América Latina e em outros países.
Na Baixada Santista existe o caso da funcionária Vanessa Gonçalves, da agência Praça Mauá. Ela, que é diretora do Sindicato, tem sido constantemente perseguida e assediada.
Sua chefia não a convoca para reuniões de cobrança de metas, em que deveria estar presente profissionalmente como gerente e politicamente como representante do Sindicato na defesa dos funcionários.
Além disso, rebaixaram-na de cargo e isolam-na, boicotando sua comunicação interna via e-mails dentro do banco. Tentam isolá-la do restante dos funcionários com insinuações de que não está contente no seu local de trabalho.
Agora, segundo o Sindicato, num gesto truculento, transferiram-na unilateralmente para um posto de serviço em Cubatão, numa verdadeira retaliação pelo seu trabalho em defesa dos bancários do Santander e isolando-a de vez.
Essas arbitrariedades também estão sendo utilizadas contra dirigentes sindicais de São Paulo, como Rita Berlofa e Adalto Uchôa, que estão enfrentando processos por conta das práticas antissindicais do banco.
Semelhante as touradas
Para o Sindicato, essas condutas inadmissíveis são semelhantes a uma tourada na Espanha. O Santander encarna a figura do grande toureiro, senhor, dominador que persegue o touro acuado na arena e o sacrifica como faz com seus funcionários.
Tudo isto, no entender do Sindicato, é perseguição, boicote e assédio. Ações políticas estão sendo organizadas e o departamento jurídico já foi acionado para entrar com ação contra o Santander na Justiça do Trabalho. O Sindicato não dará trégua enquanto o assédio e as perseguições continuarem.
Assediador quer passear nas Bahamas
Durante a paralisação, os bancários denunciaram a postura de Mário Marques, assessor de Pessoa Física da Superintendência Regional Santos do Santander, que atualmente substitui temporariamente o regional Carlos. Conforme o Sindicato, ele vem pressionando diariamente os subordinados.
De acordo com os bancários, Marques constrange, aterroriza, expõe ao ridículo e persegue funcionários e dirigentes sindicais, como Vanessa.
Segundo relatos, ele está concorrendo a uma viagem às Bahamas, país da América Central, na região do Caribe, oferecida pelo banco espanhol se conseguisse cumprir as metas sufocando sua equipe. Para tanto, Marques impõe o vale-tudo contra os funcionários e envia e-mails diários massacrando-os com assédio moral.
Combate ao assédio moral
A diretoria do Sindicato avisou que essa pressão vai custar caro. O Santander acaba de lançar uma cartilha contra o assédio moral, com normas de conduta, mas a prática é exatamente o contrário: com exploração e assédio. É a chamada cartilha para “inglês ver”, ou melhor, para “espanhol ver”.
Por fim, o Sindicato reiterou que não tolera assédio e irá combater com manifestações, paralisações e na Justiça toda e qualquer atitude que agrida os direitos dos bancários e bancárias.