A agência Centro Recife e a Premier Boa Viagem do HSBC abriram mais tarde nesta segunda-feira (27). Um protesto dos bancários fechou as duas unidades durante todo o período da manhã.
A manifestação fez parte do Dia Nacional de Luta dos funcionários do HSBC, que protestaram em todo o Brasil. O foco da mobilização são os programas de remuneração variável do banco: PPR e PSV. Além de serem um estímulo à competição, individualismo e assédio moral, eles são descontados da PLR (Participação nos Lucros e Resultados), garantida pela Convenção Coletiva.
“Significa que o trabalhador se esforça o ano inteiro para alcançar as metas e ter direito ao programa e, no final, vê os valores serem descontados da PLR a que ele já teria direito, independente do cumprimento de metas”, explica secretário de Assuntos Jurídicos do Sindicato, Alan Patrício, representante de Pernambuco na Comissão de Organização dos Empregados (COE) do HSBC.
E haja metas: para conseguir os valores prometidos ano após ano, o funcionário tem de pontuar em 86 itens individuais, em proporções quase sempre impossíveis de serem alcançadas. Entre os itens está, por exemplo, a concessão de empréstimos, cujas regras, contraditoriamente, foram enrijecidas pelo próprio banco por conta da crise internacional.
Na última negociação, no início do ano, os representantes dos trabalhadores conseguiram apenas que, para este ano, cujos valores serão pagos somente em 2013, não seja feito o desconto na PLR. Mas, no pagamento de agora, os valores dos programas próprios foram descontados da Participação nos Lucros.
“Diante disso, os bancários decidiram realizar protestos em todo o Brasil. O banco tem fugido da negociação com o movimento sindical e discute apenas com uma comissão interna. Com isso, o programa piora a cada ano. Quando foi criado, não havia desconto na PLR nem metas individuais, apenas coletivas”, diz Alan.