A repercussão das mesas de negociação sem nova proposta em São Paulo se materializaram sob a forma de um ataque à greve dos bancários no 11º dia do movimento na sexta-feira, 16/9. O ataque para tentar desmobilizar os grevistas surtiu o efeito contrário. A greve continuou a crescer e a se fortalecer. Na área do sindicato, foram 292 agências fechadas, totalizando 959 agências fechadas em todo o Rio Grande do Sul. Diante da tentativa dos banqueiros de tentar abrir agências na marra, a assembleia dos bancários na Casa dos Bancários decidiu pela resistência e por fortalecer ainda mais o movimento a partir da segunda-feira, 19/9.
A ofensiva dos banqueiros teve até nome. Da mesa de negociação da Fenaban, a ordem de cima veio direta para gestores de agências como “movimento sincronizado”. Trata-se de um eufemismo usado para constranger dirigentes sindicais e impor um modelo de negociação que representa um retrocesso para os bancários. A senha para o ataque à greve foi a negociação da quinta-feira, 15/9, em São Paulo. A Fenaban quer impor o fim do ciclo de aumentos decentes e procura intimidar a greve.
O presidente do SindBancários, Everton Gimenis, contou que os bancos estão tentando atacar o modelo de negociação que legou aos bancários 14 aumentos reais consecutivos nos últimos 14 anos de greve. “A nossa greve está de parabéns. Os banqueiros atacaram o movimento forçando a abertura de agências. Vamos continuar fortalecendo a greve na próxima semana. Estamos num momento decisivo. Precisamos continuar fortalecendo o movimento para arrancar um aumento decente na mesa da Fenaban. Estamos de parabéns pela resistência a esse ataque que até nome os banqueiros deram”, avaliou Gimenis.
O secretário-geral do sindicato, Luciano Fetzner, reforçou a importância de a GREVE continuar a crescer. Luciano participou das duas últimas mesas de negociação em que os banqueiros atuaram para ganhar tempo. “Os dois dias de negociação (segunda, 13/9 e quinta, 15/9) se resumiram à discussão sobre o modelo. Os representantes dos bancos insistiram na tese de que a economia está com problemas. O que está por traz dessa enrolação é uma tentativa de mudança do nosso modelo de sucessivos aumentos reais para reajustes abaixo da inflação”, detalhou Luciano.
O diretor da Contraf-CUT e do SindBancários, Mauro Salles, também participou das mesas de negociação em São Paulo. “Os bancos tentam impor a tese de discutir o futuro. Chegaram a alegar que a oferta de 7% de reajuste é ganho. Nós insistimos que ganho para os trabalhadores é repor as perdas. Não abrimos mão de recuperar nosso poder de compra. A nossa greve está consolidada. Precisamos fortalecer, resistir e avançar”, afirmou Mauro.
A proposta da Fenaban é a mesma feita em 9/9. Os banqueiros oferecem reajuste de 7% e abono de R$ 3.300,00. Não há outra reunião marcada para discutir avanços na proposta. Isso significa que a GREVE seguirá por tempo indeterminado na semana que vem.