O chamado das centrais sindicais foi bem claro e ouvido pelos bancários da área de atuação do SindBancários na noite da segunda-feira, 11/12. Por unanimidade, os bancários decidiram em assembleia no auditório da Casa dos Bancários apoiarem o estado de greve contra a Reforma da Previdência. O recado é direto: “Se botar a Reforma para votar, o Brasil vai parar”. Além do estado de greve, os bancários decidiram que irão chamar uma assembleia organizativa, às vésperas da possível greve geral, caso a Reforma da Previdência vá à votação em Plenário da Câmara dos Deputados.
Os bancários já haviam realizado assembleia e aprovado participação na greve nacional chamada para 5/12. A pressão dos trabalhadores fez o governo golpista de Temer recuar e adiar a votação. Agora, o governo busca votos para aprovar o PL 287/16, o da Reforma da Previdência, junto à sua base, mas vê que há resistências. Os aliados temem repercussões negativas às vésperas do começo de ano eleitoral. Temer vê sua base diminuir e tem dificuldades para aprovar em duas sessões. Precisa de, no mínimo, 308 votos em dois turnos.
O presidente do SindBancários, Everton Gimenis, avaliou, durante a assembleia, que os bancários e todos os trabalhadores precisam ficar atentos. É fato que o governo Temer recuou, mas a Reforma da Previdência pode ir a qualquer momento para plenário. Especula-se que a votação possa ocorrer na semana que vem, a partir do dia 18/12. “Tem uma pressão grande do mercado. Isso pode ser ruim porque há uma pressão forte de grandes empresários sobre os deputados. Nós temos que fazer a nossa parte. Fazer pressão também. Eles recuaram porque sentiram a força da nossa mobilização. Se conseguirmos barrar a votação este ano, ano que vem vai ser mais difícil porque é ano eleitoral”, avaliou Gimenis.
A secretária de Mulheres da CUT-RS e bancária do Itaú, Isis Marques, contou que as centrais sindicais estão mobilizadas. Às 5h da manhã desta terça-feira, 12/12, um ato de pressão ocorreu no Aeroporto Salgado Filho. Segundo Isis, a reunião das centrais na segunda-feira, 11/12, foi produtiva e recebeu apoio dos caminhoneiros e dos trabalhadores rurais. “O dinheiro do Temer está ficando escasso para comprar votos. Já gastaram o que não tinham com a Reforma Trabalhista. Mas tem também a nossa mobilização. A pressão sobre cada deputado federal é muito importante. Porque, se os deputados chegarem em Brasília dizendo que vão votar contra, o governo pode recuar”, analisou Ísis.