Os bancários do Santander realizaram nesta quinta-feira, 19, um Dia Nacional de Luta contra as demissões no banco. Por todo o país, os trabalhadores realizaram paralisações, manifestações e protestos contra o descaso do banco espanhol com o emprego e as condições de trabalho no Brasil. Os manifestantes também distribuíram uma carta aberta aos clientes e usuários, retratando o drama das demissões para as famílias dos bancários.
Em Pernambuco, os trabalhadores pararam as atividades em sete das principais agências do banco no Estado. No centro do Recife, ficaram fechadas as agências Conde da Boa Vista, Veneza, Soledade e Imperatriz. Já em Boa Viagem, Zona Sul da capital pernambucana, pararam a Van Gogh e a Select.
A outra agência paralisada durante esta quinta-feira foi a de Olinda, localizada em um dos principais corredores bancários da cidade que é patrimônio da humanidade.
Segundo o secretário de Administração do Sindicato e funcionário do Santander, Epaminondas Neto, além de se contrapor às demissões que o banco vem realizando nos últimos meses, a mobilização desta quinta visa também protestar contra as mudanças unilaterais no plano de saúde dos empregados e contra as metas abusivas, entre outros problemas enfrentados pelos bancários.
“Esse Dia Nacional de Luta é, principalmente, para protestar contra as demissões que o banco vem fazendo em nível nacional. Só este ano, foram fechados mais de 3.400 postos de trabalho no Santander. Mas nossa luta também é contra as mudanças no plano de saúde, que estão tirando direitos, contra as metas abusivas que o banco vem colocando para os funcionários e vários outros problemas”, diz Epaminondas.
As paralisações ocorridas em Pernambuco aconteceram de forma tranquila. Os diretores do Sindicato e os bancários se revezavam na porta das unidades para orientar os clientes e usuários e explicar os motivos da paralisação.
De acordo com o diretor do Sindicato, Paulo Henrique, a participação dos bancários nos protestos foi muito forte. “Os funcionários do Santander não aguentam mais a pressão e a falta de condições de trabalho. Estão todos sobrecarregados e ainda precisam encarar o medo das demissões. Por isso a paralisação de hoje foi bem forte”, diz Paulo.
Para a dirigente sindical Tereza Souza, representante do Nordeste na Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander, a avaliação deste Dia Nacional de Luta foi bastante positiva. “As manifestações foram fortes em todo o país e cumpriram o seu objetivo. Conseguimos mostrar para o Santander todo o nosso descontentamento com o banco. A empresa tem adotado práticas nocivas e perversas em relação aos trabalhadores e também aos clientes e usuários. Esperamos que o Santander tenha entendido o recado e discuta com mais seriedade nas próximas negociações”, diz.
Demissões por todo o país
O Santander é hoje o banco que mais está demitindo no Brasil. Nos primeiros nove meses do ano, conforme estudo do Dieese, o banco fechou 3.414 postos de trabalho, na contramão da economia brasileira, que gerou 1,3 milhão de vagas no período. Entre setembro de 2012 e de 2013, a redução foi de 4.542 empregos, uma queda de 8,2% no quadro de funcionários.
Com tantas demissões, faltam cada vez mais funcionários nas agências, causando sobrecarga de serviços, assédio moral, estresse, insegurança e adoecimento de bancários, piorando as condições de trabalho e prejudicando a qualidade de atendimento aos clientes.