A resposta das bancárias e bancários de Mato Grosso à proposta desrespeitosa apresentada pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), na última rodada de negociação, foi greve por tempo indeterminado. A decisão foi aprovada em Assembleia realizada nesta quinta, 1º de outubro, que lotou o auditório do Sindicato dos Bancários. Os trabalhadores rejeitaram, por unanimidade, o irrisório índice de 5,5% e o abono de R$ 2.500.
A greve por tempo indeterminado inicia a 0h do dia 06 de outubro, próxima terça-feira. E, no dia 05 de outubro, segunda-feira, às 18h, será realizada uma nova Assembleia Geral, também no auditório do Sindicato para apreciar uma possível contraproposta da Fenaban ou organizar o movimento grevista.
A reivindicação da categoria foi entregue no dia 11 de agosto e após cinco rodadas de negociações os patrões não apresentaram nada de concreto. Também não foi apresentado nada em relação às reivindicações sobre garantia de emprego, saúde e condições de trabalho e segurança. Os representantes dos bancos apresentaram uma proposta que representa uma perda de 4% não somente nos salários, mas também em relação às contribuições previdenciárias, aos vales e ao piso da categoria – sem contar que estão tentando reeditar a famigerada política do abono.
“Desrespeitosa é a palavra que define a proposta dos bancos. A volta do abono salarial e um índice de reajuste que não repõe nem a infração e afronta a Categoria. A nossa resposta será dada na rua”, afirma o presidente do Sindicato dos Bancários de Mato Grosso, José Guerra.
Os bancários também rejeitaram as propostas do BB e da Caixa e do Basa, que também sequer sinalizaram a retomada das negociações, apesar da forte pressão da representação dos trabalhadores. Por sua vez, o BRB, também propôs reajuste zero.
As principais reivindicações dos bancários
Reajuste salarial de 16% (reposição da inflação mais 5,7% de aumento real).
PLR de 3 salários mais R$7.246,82 fixos.
Piso salarial de R$3.299,66 (equivalente ao salário mínimo do Dieese em valores de junho último).
Vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$788,00 ao mês para cada (equivalente ao salário mínimo nacional).
Melhores condições de trabalho, com o fim das metas abusivas e do assédio moral, que adoecem os bancários.
Emprego: fim das demissões, mais contratações, fim da rotatividade e combate às terceirizações diante dos riscos de aprovação do PLC 30/15 no Senado Federal, além da ratificação da Convenção 158 da OIT, que coíbe dispensas imotivadas.
Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários.
Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós.
Prevenção contra assaltos e sequestros: permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários, conforme legislação. Instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento e biombos nos caixas. Abertura e fechamento remoto das agências, fim da guarda das chaves por funcionários.
Igualdade de oportunidades: fim das discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transsexuais e pessoas com deficiência (PCDs).