Os bancários paralisaram as atividades, durante uma hora desta quinta-feira (23), em uma agência do Bradesco, localizada na Rua Conselheiro Franco, e numa do Santander, na Avenida Senhor dos Passos, na cidade de Feira de Santana, na Bahia, a 110 km de Salvador.
Falta de funcionários, maus tratos aos clientes e usuários e péssimo atendimento é uma constante no Bradesco da cidade. É por este motivo que os empregados do banco, nada satisfeitos com a sobrecarga nas agências, aderiram à Campanha Nacional de Valorização dos Funcionários, lançada pela Comissão de Organização dos Empregados (COE) Bradesco. A campanha nacional visa a valorização dos funcionários, mais contratações e melhora nas condições de trabalho.
Só entre março de 2014 a março deste ano, a empresa demitiu 4.569 bancários e diminuiu o quadro de pessoal de 99.545 para 94.976. Enquanto isso, a fatia de correntistas cresce e já bate no caso dos 26,6 milhões. Cada empregado é responsável hoje por um total de 280 contas. É muito trabalho para pouco bancário.
Além das contratações, os funcionários lutam pela garantia do emprego, para que as agências tenham, no mínimo, quatro caixas em pleno atendimento. Não dá para o Bradesco continuar com a lógica inversa de ter cada vez mais lucros e permanecer demitindo funcionários. Durante o protesto, os bancários distribuíram aos clientes panfletos explicativos dos lucros, direitos e canais de denúncias, junto aos órgãos fiscalizadores como Procon, Ministério Público e Banco Central.
SANTANDER
O Banco Santander tem adotado prática semelhante para lucrar cada vez mais: explorar os funcionários e extorquir os clientes. Várias reclamações de clientes e usuários dos bancos pela falta de funcionários nas agências, culminando num tempo de espera muito acima do que dita a lei dos 15 minutos.
As transferências, mal planejadas, sobrecarregam cada vez mais o quadro que vêm sendo assediado moralmente de forma muito perversa para o cumprimento de metas inatingíveis. A sobrecarga de trabalho, as faltas de condições para desenvolver as atividades e o assédio estão promovendo um grande descontentamento nos funcionários que, ao invés de serem motivados pelos superiores nas visitas à cidade e/ou nas intermináveis e malditas áudio- conferências, são destratados e ameaçados constantemente.
PROCON
A presidenta Sandra Freitas e diretores do Sindicato dos Bancários de Feira de Santana se reuniram com a superintende do Procon, Suzana Mendes, para pedir ao órgão a intensificação das fiscalizações junto às instituições financeiras no município.
Na reunião, o sindicato elencou várias situações criadas pelos banqueiros que desrespeitam totalmente o Código de Defesa do Consumidor Bancário e normas determinadas pelo Banco Central, dentre elas o cerceamento do acesso dos clientes e usuários aos guichês no interior das agências, obrigando-os a procurarem os correspondentes bancários. Além desses, foi alertado também, para o descaso por parte dos bancos para o do cumprimento das leis municipais a exemplo de porta com detector de metais e a Lei dos 15 minutos.
Os bancos, apesar de estarem lotados e extrapolando, e muito, o limite de tempo de espera, nas filas ignoram a Lei e reduzem ainda mais o quadro de funcionários, promovendo demissões ou fazendo transferências dessa, para outras praças.
O Procon se comprometeu a verificar as denúncias e focar a fiscalização dentro das novas situações elencadas no documento protocolado junto ao órgão.