A secretaria de Saúde do Sindicato dos Bancários de Curitiba é vanguarda para outros sindicatos e entidades por sua abordagem e ativismo em defesa da saúde dos trabalhadores. Atendimento qualificado aos bancários, pesquisas e levantamentos, que resultam em publicações sobre a situação da saúde nos bancos, como o Vítimas do HSBC, Assédio Moral Organizacional – As vítimas dos Métodos de Gestão nos Bancos” e Vidas no Itaú, que será lançado este ano. Interlocução com a sociedade e órgãos públicos, diálogo, conscientização, fiscalização e capacidade de negociação, para colocar as pessoas em primeiro lugar, são suas marcas há vários anos.
Segundo Ana Fideli, secretária de Saúde do Sindicato, os esforços nos últimos anos têm se voltado principalmente para a questão das doenças mentais: “Diariamente recebemos bancários e detectamos os principais motivos de seu adoecimento. Relatam sobrecarga de trabalho, conflito moral entre o que acham certo e o que são obrigados a fazer, como vender para outros e para os próprios familiares, produtos que eles não recomendariam, extrapolação do horário, preocupação com metas. Os bancários com doenças mentais dizem que seu trabalho não tem significado”, afirma.
Os bancários são atendidos por estagiários em psicologia da PUC- Pontifícia Universidade Católica, supervisionados por um psicólogo da Universidade Federal do Paraná, respondem a questionários detalhados sobre suas condições e são orientados em seus tratamentos e questões de direitos, por meio de assessoria jurídica.
Além disso, o Sindicato conta também com o trabalho de um assistente social que acompanha o bancário nas perícias e em de internações psiquiátricas: “Há muitos casos de alcoolismo e um número alarmante de suicídios, uma média de três por ano, o que para nossa base é muito elevado e preocupante. Há um simbolismo muito forte, há casos de suicídio no próprio ambiente de trabalho” destaca.
A Secretaria também se destaca por seu trabalho conjunto com o Ministério Público do Trabalho, Secretaria de Saúde do Município, Hospital de Saúde do Trabalhador, cuja gestão é da prefeitura de Curitiba. Outro trabalho importante é o de levar profissionais de saúde para dentro dos locais de trabalho: “Levamos especialistas e os bancários são liberados do trabalho por determinado período para ouvir palestras”, destaca Ana Fideli.
E para estender seu trabalho de conscientização, o Sindicato monta barraquinhas na Rua XV, no centro da cidade onde, em conjunto com outras entidades e centrais sindicais entrega materiais divulgação sobre saúde, leva técnicos e faz ações em campanhas mais amplas: “Já fizemos campanhas de prevenção à dengue e à gripe H1N1, entre outras” lembra Ana Fideli.
Walcir Previtale, secretário de Saúde do Trabalhador da Contraf-CUT destaca a importância de levantamentos e estudos como os que são feitos em Curitiba: “As publicações orientam a ação de outros sindicatos, dão respaldo às ações de fiscalização e fortalece a Contraf-CUT nas mesas de negociação. É um trabalho profundo e importante, cuja abordagem voltada para a conscientização deve inspirar a todos os que lutam para que o os trabalhadores assumam o controle de sua saúde”.