Resistência. Essa palavra resume o que ocorreu hoje (30) nos bancos instalados na região de Campinas, 25º dia da greve nacional da categoria bancária. Na virada do mês e sem apresentar proposta decente, os banqueiros resolveram endurecer ainda mais, visando cercear o direito de greve. O Itaú, por exemplo, orientou seus gestores a chamarem a polícia.
A tática dos banqueiros não funcionou e a greve atingiu 348 locais de trabalho: em Campinas, 173 (área central e 20 bairros); na Região, 175 em 35 das 36 cidades da base do Sindicato da categoria. Ontem (29) foram fechados 349 locais de trabalho (174 em Campinas; 175 na Região); no país, 13.246 agências e 29 centros administrativos.
Para a presidente do Sindicato, Stela, “os bancários resistem bravamente. Essa disposição de luta força a retomada da negociação”.
Assembleia dia 3
O Sindicato dos bancários de Campinas realizará na próxima segunda-feira (3) assembleia na sede em Campinas, às 18h. Na pauta, os rumos da greve, da Campanha. Na quinta rodada de negociação com a Fenaban, realizada no último dia 28, o Comando Nacional dos Bancários considerou insuficiente e rejeitou a nova proposta. Além de uma Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) com validade de dois anos, apresentada no dia 27 (quarta rodada de negociação durante a greve), a proposta detalhada na quinta rodada prevê reajuste de 7% sobre salários, verbas, tíquetes e auxílios; abono de R$ 3.500,00; e, em 2017, reposição da inflação (setembro de 2016 a agosto de 2017), mais 0,5% de aumento real.
O reajuste de 7%, vale lembrar, é o mesmo apresentado na primeira rodada de negociação após a deflagração da greve, realizada no dia 9; e rejeitado em assembleia no dia 12. A inflação acumulada entre os meses de setembro de 2015 e agosto deste ano, foi de 9,62%. Quanto ao abono, passou de R$ 3.300,00 (proposto no dia 9) para R$ 3.500,00; antes da greve era de R$ 3 mil.
Principais reivindicações
Reajuste salarial: Reposição da inflação (9,62%) mais 5% de aumento real.
PLR: 3 salários mais R$ 8.317,90.
Piso: R$ 3.940,24 (equivalente ao salário mínimo do Dieese em valores de junho último).
Vale alimentação: R$ 880,00 ao mês (valor do salário mínimo).
Vale refeição: R$ 880,00 ao mês.
13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$ 880,00 ao mês..
Melhores condições de trabalho com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoecem os bancários.
Emprego: fim das demissões, mais contratações, fim da rotatividade e combate às terceirizações diante dos riscos de aprovação do PLC 30/15 no Senado Federal, além da ratificação da Convenção 158 da OIT, que coíbe dispensas imotivadas.
Carreira: Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS): para todos os bancários.
Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós.
Segurança: Prevenção contra assaltos e sequestros: permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários, conforme legislação. Instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento e biombos nos caixas. Abertura e fechamento remoto das agências, fim da guarda das chaves por funcionários.
Igualdade de oportunidades: fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transexuais e pessoas com deficiência (PCDs).