Bancários de Brasília têm Clínica de atendimento psicológico e apoio jurídico em Saúde e Previdência

O Sindicato dos Bancários de Brasília tem uma forte atuação em saúde do trabalhador, onde prioriza o atendimento aos bancários que sofrem com problemas de saúde mental em consequência do estresse, das metas abusivas do cotidiano nos bancos, hoje, o principal problema de saúde de toda a categoria. Desde 2013 em conjunto com a UNB- Universidade de Brasília, foi criada a Clínica do Trabalho, que faz atendimento psicológico. Há também acompanhamento jurídico. As duas ações associadas permitem ao bancário entender o seu adoecimento e conhecer os trâmites necessários para garantir seus direitos.

Segundo Maria Mônica H. Oliveira, secretária de Saúde, o atendimento é feito por uma psicóloga, que entrevista o bancário e vê as formas de abordagem do problema que ele apresenta: “Aprendemos com a experiência que é importante que este trabalho seja feito por um profissional desde a  chegada do bancário ao sindicato. Principalmente na área de Saúde Mental, o trabalhador é vítima do preconceito no ambiente de trabalho e na sociedade, este acolhimento é fundamental.  Buscamos analisar cada caso, isso, além de garantir que o bancário tome consciência do que está acontecendo, nos fornece os dados que são base para as pesquisas e estudos que orientam nossas ações e reivindicações”, destaca.

Os trabalhos de pesquisa são coordenados pela professora Ana Magnólia Mendes e a pesquisadora Fernanda Duarte, do Laboratório de Psicodinâmica e Clínica do Trabalho da UnB.  Na Clínica do Trabalho, os bancários são acompanhados em atendimento com duração entre 12 sessões e no máximo 25 sessões, preferencialmente, realizadas em grupos sob os cuidados de um psicólogo e um estagiário. Caso não haja a possibilidade de formação ou inserção em grupo, é realizada a Clínica do Trabalho individual.

A Secretaria de Saúde também conta com plantão de advogados para tratar de Saúde e Previdência: “São inúmeros problemas enfrentados por quem adoece, que vão desde a recusa a emissão de CAT à perseguição que vem sendo feito aos trabalhadores afastados pelo governo golpista de Temer, buscamos instruir e orientar como proceder”, destaca Mônica.

Você não está sozinho

A cartilha “Você não está sozinho! Cuidando da saúde mental do bancário”, traz resultados da Clínica do Trabalho e foi lançada em julho de 2016, no I Seminário “O Preço da Saúde Mental no Trabalho Bancário” realizado uma parceria entre o Sindicato e a Comissão de Trabalho da Câmara, com a participação da deputada Erika Kokay.

Destacam-se na cartilha, entre outros, o perfil dos bancários que buscaram a Clínica do Trabalho nos últimos anos no sindicato, os dez sintomas mais relatados, informações sobre insatisfação e constrangimento no trabalho.

Segundo Walcir Previtale, secretário de Saúde do Trabalhador da Contraf-CUT a experiência de Brasília vai ao encontro das prioridades da categoria: “É uma experiência relevante que pode inspirar a atuação de outros sindicatos.  No ramo financeiro, as doenças relacionadas à saúde mental já superam as do sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo, as chamadas LER/Dort. Em 2013 foram 18.671 afastamentos de bancários por problemas de saúde. Do total de auxílios-doença acidentários concedidos pelo INSS, 52,7% tiveram como causas principais os transtornos mentais e as doenças do sistema nervoso. Isso significa dizer que, de cada dez bancários doentes, cinco são por depressão” destaca.

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