Clientes recebem carta aberta que denuncia abuso do banco espanhol
As demissões em massa, que geraram um clima de medo e apreensão entre os bancários do Santander, foi o “presente” de Natal que os funcionários receberam da instituição. Foram 1.280 desligamentos somente em dezembro, conforme informações do próprio Santander repassadas a pedido do Ministério Público do Trabalho (MPT), após audiência solicitada pela Contraf-CUT e da qual o Sindicato dos Bancários de Brasília participou.
Em novo protesto contra essa onda de demissões, o Sindicato percorreu nesta quarta-feira (19) várias agências de Brasília distribuindo panfletos aos clientes e à população em que denuncia a postura do banco, além de conversar com os bancários.
“Cobramos do Santander que reintegre imediatamente os bancários desligados. O banco não tem motivo para demitir, já que somente de janeiro a setembro deste ano seu lucro no país bateu a casa dos R$ 4,7 bilhões, para o qual esses funcionários tanto contribuíram”, ressalta Rosane Alaby, secretária de Imprensa do Sindicato e bancária do Santander.
A atividade faz parte de uma série de manifestações que ocorrem em várias cidades do país em que os trabalhadores cobraram mais respeito do banco espanhol com o Brasil e os brasileiros.
O panfleto distribuído para a população mostra os problemas enfrentados pelos funcionários com as demissões e pedem o apoio da sociedade na luta para suspender as demissões e readmitir os trabalhadores. Além disso, explica que menos funcionários nas agências significa mais sobrecarga de trabalho e consequentemente a piora do atendimento.
Dados sobre os desligamentos repassados pelos sindicatos à Contraf-CUT mostram que entre os demitidos há funcionários com tempo de casa que varia de 10 a 30 anos, muitos próximos da aposentadoria, o que caracteriza uma prática discriminatória com os mais antigos de banco. Muitos deles são gerentes e, portanto, com maiores salários, mostrando que, com as demissões, o objetivo do Santander é continuar fazendo rotatividade para reduzir ainda mais os custos e aumentar os lucros.
A Contraf-CUT cobrou novamente do Santander uma negociação e também aguarda uma posição do MPT.