Em ritmo de carnaval, bancários denunciaram onda de demissões no Itaú
O Sindicato dos Bancários de Brasília segue mobilizando os bancários e denunciando à população as demissões praticadas no Itaú Unibanco. Na quinta-feira (16), terceiro dia das manifestações, os dirigentes sindicais promoveram protestos em agências de Taguatinga, Ceilândia, Samambaia e Recanto das Emas.
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Além dos protestos nas unidades, os bancários também estão cobrando o fim das demissões nas negociações com representantes do banco. “Na retomada das negociações com o Itaú na semana passada, este foi um dos principais pontos da pauta”, afirma Washington Henrique, diretor do Sindicato, que participou da reunião.
O Itaú lucrou R$ 14,6 bilhões em 2011 e mesmo assim demitiu mais de 4 mil bancários no mesmo período em todo o país, o que resulta em sobrecarga de trabalho e tem reflexos também na qualidade do atendimento. “Estamos chamando a atenção da população para mostrar o que o banco vem fazendo, ao contrário do que mostram suas propagandas. São demissões de pais e mães de família, daí a necessidade de alertar os clientes e usuários para a falta de responsabilidade do banco”, frisa Louraci Morais, diretora do Sindicato.
O aposentado Ivo Lira estava na agência do centro de Ceilândia quando o “Bloco dos Demitidos”, organizado pelo Sindicato e que faz um contraponto ao clima de festa do Carnaval, chegou. Ele fez um desabafo sobre o atendimento e principalmente sobre a falta de segurança nas agências do banco.
“Essas agências estão inseguras, inclusive a maioria delas na Ceilândia foi roubada. Eu não entendo o motivo de o Itaú não investir em mais segurança, já que teve tanto lucro”, relata.
A dona de casa Cristiane Queiroz é usuária de uma agência em Ceilândia e ficou impressionada com a relação entre lucro e demissões no Itaú. “Geralmente eu venho na agência em dia de pagamentos e vejo que sempre está cheia, mas observo o esforço dos caixas para que o atendimento seja mais rápido. Durante a manifestação e com o panfleto, eu percebi como o banco realmente age com os bancários e fiquei desapontada. Eu achava que o Itaú era uma instituição mais consciente”, frisou Cristiane.
As atividades também contaram com a criatividade como instrumento de protesto. O Sindicato mais uma vez encenou a versão dos bancários para a última propaganda da Itaú, que mostra um bebê dando gargalhadas diante de uma folha de extrato sendo rasgada – a instituição tenta passar a imagem de banco sustentável. Na paródia dos trabalhadores, o “bebê” chora ao saber das demissões e das altas taxas cobradas dos clientes pelos serviços bancários.
Denuncie
Durante os atos, a população também foi alertada sobre os direitos do consumidor. Pela chamada Lei das Filas (Lei nº 2547/2000), por exemplo, o cliente não pode esperar por mais de 20 minutos para atendimento em dias normais.
“Sabemos que as demissões têm reflexo no atendimento aos clientes e usuários e contamos com a ajuda da população para que ela também denuncie o abuso dos bancos. Os clientes podem fazer isso ao Procon e também entrar com ações na Justiça sempre que se sentirem lesados”, comenta Edmilson Lacerda, diretor do Sindicato.