Trabalhadores protestam contra demissões, metas abusivas e assédio moral
As reclamações em todo o país de poucos funcionários nas agências, do adoecimento devido ao excesso de trabalho, decorrente dessa situação, e da pressão para o cumprimento de metas abusivas são constantes entre os bancários do Santander. Para protestar contra essa realidade, os trabalhadores, com o apoio do Sindicato, fecharam quatro agências no Distrito Federal no Dia Nacional de Luta, nesta quinta-feira (11).
As unidades da 504 Norte, Sobradinho, Ceilândia Centro e Núcleo Bandeirante não funcionaram durante todo o dia. É pressão contra os patrões para contratar mais bancários e negociar outros itens relativos a melhores condições de trabalho, tais como: combate ao assédio moral, melhorias na saúde, mais segurança, igualdade de oportunidades e valorização dos aposentados.
“A falta de funcionários é um grave problema nas agências do DF. Os bancários estão extremamente estressados com o alto volume de trabalho, tanto que vários deles estão ficando doentes. As reclamações dos bancários sobre essa situação são constantes”, destaca Rosane Alaby, secretária de Imprensa do Sindicato dos Bancários de Brasília e funcionária do Santander
“O banco demite, não contrata novos funcionários e ainda remaneja bancários das agências para outras que estão sendo inauguradas. Não podemos aceitar essa situação, por isso reafirmamos que todos os colegas devem se unir na luta por mais contratações e condições dignas de trabalho”, acrescenta.
Negociações
Em negociação com o banco no dia 27 de março, representantes dos trabalhadores cobraram mais contratações de funcionários, fim das metas abusivas, combate ao assédio moral e mudança na gestão do banco, entre outras reivindicações. Na ocasião, os dirigentes sindicais reforçaram o problema do déficit de empregados, ainda mais com as demissões em massa ocorridas em dezembro de 2012. Foram cortados 975 postos de trabalho no país.
O Santander lucrou R$ 6,3 bilhões em 2012 no Brasil, que corresponde a 26% do lucro mundial do banco espanhol. Apesar do incontestável saldo positivo, não melhorou as condições de trabalho e atendimento, pelo contrário.
“A paralisação de um dia nessas agências é um alerta para o banco. Estamos mostrando nossa mobilização e deixando claro mais uma vez que não ficaremos parados diante de tantas demissões no Santander”, afirma José Anilton, diretor da Fetec Centro Norte.
Durante as paralisações, uma carta foi distribuída pelo Sindicato aos clientes, pedindo apoio e solidariedade na luta por mais contratações e melhorias no atendimento.