Bancários de Brasília exigem fim das práticas antissindicais do Santander

Mobilização dos bancários por respeito e valorização

Os bancários do Distrito Federal também participaram, nesta quinta-feira (23), do Dia Internacional de Luta contra as práticas antissindicais do Santander. Houve paralisação de cinco agências das 11h ao meio-dia.

A manifestação foi apoiada pelo Sindicato dos Bancários de Brasília e pela Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Centro Norte (Fetec-CN).

As unidades do Sudoeste, da 710 Norte, do Setor Comercial Sul, de Águas Claras e de Taguatinga Centro não funcionaram por uma hora em protesto contra a postura antissindical e antidemocrática do banco.

A instituição espanhola não negocia seriamente as reivindicações específicas dos funcionários do Santander e ainda tenta impedir a mobilização dos trabalhadores em diversas regiões do país com a estratégia de entrar com ações judiciais contra as entidades sindicais.

A mobilização foi definida no último dia 7 de maio, durante a 7ª Reunião Conjunta das Redes Sindicais dos Bancos Internacionais, ocorrida em Assunção, no Paraguai. O objetivo é protestar contra a tática do banco de entrar com ações judiciais contra entidades sindicais para tentar inibir a atuação dos sindicatos na luta em favor dos trabalhadores.

“Nós aderimos ao movimento para mostrar que nossa mobilização está forte e também para cobrar do banco uma postura de valorização dos seus funcionários. A situação no DF não é diferente do resto do país, com demissões e adoecimento dos trabalhadores. Só em 2013 já foram 50 demissões no DF e outros 70 bancários estão licenciados por motivo de saúde”, afirma José Anilton, diretor da Fetec-CN e funcionário do Santander.

O Sindicato distribuiu uma carta para a população informando o motivo da paralisação. A entidade também pediu apoio dos clientes e usuários na luta por mais contratações, diminuição das filas e das tarifas bancárias, entre outras reivindicações.

“Não aceitamos a tentativa de calar o movimento sindical”

No final de abril, o Santander ajuizou processos, com igual teor em diversas cidades de São Paulo, buscando a condenação de sindicatos e da Contraf-CUT “em indenização por danos morais, além da obrigação de fazer e não fazer”.

O ajuizamento ocorreu após o Dia Nacional de Luta, realizado no dia 11 de abril, quando houve paralisações em todo país e distribuição de uma carta aberta que denunciava a falta de funcionários diante das demissões, além da prática de metas abusivas e do assédio moral.

O banco acusa as entidades de “promoveram a edição de notícias inverídicas e comentários difamatórios, revelando induvidosa má-fé e inegável intenção de deturpar a imagem, reputação e o bom nome do requerente junto aos seus clientes e à sociedade em geral”.

“Trata-se de mais uma prática antissindical do Santander que agride a organização dos bancários de todo Brasil”, afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT. “Vamos entrar com todas as medidas judiciais cabíveis e intensificar a mobilização da categoria para defender o direito de expressão das entidades sindicais na luta por emprego, condições dignas de saúde, segurança e trabalho, e melhoria do atendimento aos clientes”, enfatiza.

O Santander continua dispensando trabalhadores em 2013, mesmo depois do processo de demissões em massa em dezembro do ano passado, quando o banco espanhol demitiu sem justa causa diversos funcionários.

O movimento sindical destaca que não existe justificativa para demitir funcionários diante do lucro de R$ 1,5 bilhão no primeiro trimestre deste ano no Brasil, que representa 26% do resultado mundial do Santander.

Na Espanha, que passa por grave crise financeira e onde o banco obtém hoje 11% do lucro global, a situação é bem diferente para os bancários do Santander. Lá, quase não há demissões no banco e um acordo assinado com os sindicatos espanhóis garante que não haverá medidas traumáticas nas relações de trabalho.

Encontro nacional

Esse novo ataque do Santander está sendo duramente criticado nos encontros estaduais e regionais preparatórios ao Encontro Nacional dos Dirigentes Sindicais do Santander, a ser realizado nos dia 4 e 5 de junho, em São Paulo.

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