Assembleia mostra disposição de luta dos bancários de Brasília
Sem avanços nas negociações com a Fenaban, os bancários de Brasília aprovaram, por unanimidade, indicativo de greve a partir da próxima terça-feira (27) durante assembleia realizada na noite desta quinta-feira (22) na Praça do Cebolão, no Setor Bancário Sul (SBS). Os trabalhadores rejeitaram a proposta apresentada pelos banqueiros: 7,8% sobre todas as verbas (piso, salários, vales refeição, alimentação, auxílio-creche) e a parte fixa e a parcela adicional da PLR.
Mesmo com lucros acima dos R$ 27,4 bilhões somente no primeiro semestre deste ano, os bancos apresentaram na terça-feira (20), durante a quarta rodada de negociação, proposta com reajuste de apenas 0,42% acima da inflação do período (INPC foi de 7,38%).
“Diante de todo o esforço para cumprir metas e aumentar os resultados das instituições financeiras mês a mês, os bancários merecem muito mais que 0,42% de aumento real. A presença em massa dos trabalhadores na assembleia desta quinta-feira mostra que a categoria está pronta e disposta a batalhar por aumento real e emprego decente”, afirma o presidente do Sindicato, Rodrigo Britto.
O que os bancários querem
Os bancários querem reajuste de 12,8% (inflação do período mais aumento real de 5%), PLR maior, piso do Dieese, fim da rotatividade, mais contratações, fim das metas abusivas, combate ao assédio moral, regulamentação do sistema financeiro nacional, mais segurança, igualdade de oportunidades e inclusão bancária sem precarização, dentre outras reivindicações.
O Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf-CUT, que representa os trabalhadores nas negociações, e a Fenaban voltam a se reunir nesta sexta-feira (23), às 14h, em São Paulo, a fim de continuarem as discussões sobre a pauta de reivindicações da categoria.
Nova assembleia dia 26
E na próxima segunda-feira (26), nova assembleia na Praça do Cebolão, às 18h30, definirá os rumos do movimento. “Esperamos que os bancos apresentem uma proposta decente, com aumento real, valorização do emprego e contratação de mais bancários, entre outras reivindicações. Caso contrário, partiremos para a greve com toda a disposição dos 24 mil bancários de Brasília”, observa Rodrigo Britto.