Assembleia foi realizada na Praça do Cebolão
Em resposta à intransigência dos banqueiros, que ofereceram 6,1% de reajuste sobre todas as verbas, os bancários e as bancárias do Distrito Federal rejeitaram a proposta da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) e aprovaram indicativo de greve a partir da próxima quinta-feira (19). A decisão foi aprovada pelos trabalhadores presentes à assembleia geral realizada no início da noite desta quinta-feira (12), na Praça do Cebolão.
“Os bancos, que integram o setor mais lucrativo da economia brasileira, não podem virar as costas para os trabalhadores e dizer não a todas as reivindicações sobre saúde, melhores condições de trabalho, garantia de emprego e aumento real. Afinal, bancários e bancárias são os verdadeiros responsáveis pelos lucros astronômicos das instituições financeiras”, afirmou o presidente do Sindicato, Eduardo Araújo, que representa os trabalhadores de Brasília no Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf-CUT.
Democrática, a assembleia foi marcada pela participação da categoria, que atendeu o chamado do Sindicato para rejeitar a proposta da Fenaban e aprovar o indicativo de greve. Bancários de diversas instituições financeiras expressaram suas opiniões e pediram unidade da categoria.
“Para que nossa Campanha Nacional seja vitoriosa, precisamos do apoio de cada bancário e bancária na mobilização. Sem esse comprometimento dos trabalhadores, é bem provável que o resultado seja insatisfatório. Por isso, é essencial a participação de todos nas atividades organizadas pelo Sindicato”, explica a secretária de Administração do Sindicato, Rosane Alaby.
No início da assembleia, os bancários receberam informações sobre as negociações específicas com Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e BRB.
Também presente à assembleia, o secretário de organização da CUT Nacional, Jacy Afonso, defendeu a unidade de ação da categoria. Bancário do BB, Jacy é ex-presidente do Sindicato e da CUT Brasília.
Nova assembleia
Nova assembleia será realizada na próxima quarta-feira (18), às 18h30, em primeira convocação, e às 19h, em segunda e última convocação, também na Praça do Cebolão.
“Todos devem participar, de forma expressiva, da assembleia da próxima quarta para deflagrar a greve por tempo indeterminado. Ratificando a decisão de paralisação, os bancários de Brasília se juntam aos trabalhadores dos outros estados do país para lutarem pelas justas reivindicações da categoria”, observou a secretária-geral do Sindicato, Cida Sousa.
Calendário de luta
O Comando Nacional, reunido ao final da negociação com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), ocorrida na quinta (5), em São Paulo, aprovou o seguinte calendário de luta:
17 e 18 – Todos a Brasília para pressionar os deputados federais durante a audiência pública sobre o PL 4330 no plenário da Câmara.
18 – Assembleia organizativa para encaminhar a greve.
19 – Deflagração da greve nacional dos bancários por tempo indeterminado.
“Cada bancário e bancária precisa conversar com seus colegas de trabalho para convencê-los a participar da luta, que não é somente do Sindicato. A proposta da Fenaban pode melhorar porque os bancos têm capacidade financeira de atender as reivindicações dos trabalhadores. Se a categoria não fortalecer a luta, os bancos podem retirar os direitos conquistados”, alertou o secretário de Finanças do Sindicato, Wandeir Severo.
Ações para barrar o PL 4330
Presidente da CUT Brasília, Rodrigo Britto, que também é bancário, destacou as inúmeras ações da Central para barrar o projeto de lei 4330, que precariza as relações de trabalho e rouba direitos trabalhistas garantidos na Constituição e na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). “Precisamos continuar mobilizados para impedir que essa proposta seja aprovada pelos parlamentares”, observou ao apoiar a greve dos bancários.
Bancária, a deputada federal Erika Kokay (PT-DF) também participou da assembleia. Ao destacar as armadilhas do PL 4330, a parlamentar pediu que todos os bancários participem da audiência pública na quarta-feira (18), às 10h, no plenário da Câmara dos Deputados, para discutir o PL 4330, do deputado Sandro Mabel (PMDB-GO).
Erika ainda lembrou que a Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados aprovou, em julho deste ano, requerimento, de sua autoria, para a realização de uma audiência pública com o objetivo de discutir a nefasta política de gestão de pessoas do Banco do Brasil. O documento foi subscrito pelo deputado Assis Carvalho (PT-PI), que é também bancário.
O requerimento convida nominalmente o presidente do BB, Aldemir Bendine, bem como representantes do Sindicato dos Bancários de Brasília, da Contraf-CUT e do Ministério Público do Trabalho (MPT).