Mais de dois mil bancários, reunidos em assembléia agora há pouco no Setor Bancário Sul, aprovaram uma greve por tempo indeterminado em todas as unidades do Distrito Federal. A paralisação atinge todos os estados do país.
A assembléia desta segunda-feira 29 indicou greve por tempo indeterminado, com a realização de nova assembléia ao final desta terça-feira 30, a partir das 18h, no Setor Bancário Sul.
A greve é uma resposta à intransigência dos banqueiros, que na rodada de negociação realizada no último dia 24 de setembro, ofereceu reajuste de apenas 7,5% (para uma inflação de 7,15% medida pelo INPC) sobre os salários e sobre todas as verbas salariais, inclusive a PLR. O Comando Nacional dos Bancários rejeitou a proposta no momento em que foi apresentada, por considerá-la muito abaixo das expectativas da categoria.
“O setor de intermediação financeira e de seguros foi o que mais cresceu no país, 12,5%, mais que o dobro do aumento do PIB nacional no período, que foi de 6,1%. Por isso, essa proposta é uma afronta à categoria bancária, que tanto contribui para os lucros exorbitantes dos bancos”, critica Rodrigo Britto, presidente do Sindicato dos Bancários de Brasília.
O que os bancários querem
Aumento real de 5% (acima dos 7,15% da inflação medida pelo INPC/IBGE nos últimos 12 meses);
Valorização dos pisos salariais (de R$ 921,49 para R$ 1.497,75);
Elevar o valor da PLR e simplificar os critérios de distribuição: três salários mais R$ 3.500 para todos, sem limitador e sem teto;
Cesta-alimentação no mesmo valor do salário mínimo (R$ 415) e contratação da remuneração total;
Plano de Cargos e Salários para os bancários de todos os bancos, prevendo 1% de reajuste a cada ano de trabalho. A cada cinco anos, esse reajuste será de 2%. O banco é obrigado a promover o bancário pelo menos um nível a cada cinco anos;
Aumento do vale-refeição para R$ 17,50, de forma a compensar a inflação dos alimentos dos últimos 12 meses.