Os bancos têm totais condições de atender às reivindicações da categoria
Bancárias e bancários de BH e região se uniram à mobilização nacional desta terça-feira, 15 de setembro, e foram às ruas em defesa da democracia, do emprego e do salário. Durante toda a manhã, o Sindicato retardou a abertura de agências bancárias na região central de Belo Horizonte, promoveu a apresentação de esquetes teatrais da Cia dos Aflitos e entregou carta à população com informações sobre a Campanha Nacional 2015.
O ato faz parte de movimento convocado pela CUT em todo o Brasil e simboliza o lançamento unificado das campanhas salariais de diversas categorias que têm data-base no segundo semestre.
Com o mote “Exploração não tem perdão” e se utilizando dos “sete pecados do capital”, a Campanha Nacional dos Bancários 2015 visa chamar a atenção de toda a sociedade para a situação vivida pelos bancários nas unidades de trabalho. Os trabalhadores denunciam a pressão sofrida para o cumprimento de metas, o assédio moral, a falta de segurança e a falta de funcionários, que refletem também na qualidade do atendimento prestado à população.
Após três rodadas de negociação com a Fenaban, três rodadas específicas com a CAIXA e quatro com o Banco do Brasil, os bancos continuam se recusando a atender as reivindicações da categoria e negando os problemas apontados pelos representantes dos trabalhadores.
Nesta semana, as negociações prosseguem com a Fenaban, quando serão tratadas as questões ligadas a saúde e remuneração. Também haverá nova rodada de negociação específica com a CAIXA, quando serão discutidos contratação, condição das agências e jornada de trabalho. Já na negociação específica com o Banco do Brasil, os representantes dos funcionários cobrarão respostas sobre as reivindicações ligadas a remuneração e plano de carreira.
Os trabalhadores reafirmam que os bancos têm totais condições de atender às reivindicações da categoria. Prova disso, é que o setor continua se despontando como o mais rentável do país. Mesmo com a retração econômica, somente no primeiro semestre de 2015, os cinco maiores bancos que operam no Brasil (Itaú, Bradesco, Santander, Banco do Brasil e CAIXA) lucraram R$36,3 bilhões. O valor representou crescimento de 27,3% em relação ao mesmo período do ano passado.
“Temos que intensificar a mobilização para exigir mais contratações e que os bancos respeitem trabalhadoras e trabalhadores, colocando fim ao assédio moral e oferecendo melhores condições de trabalho. Sabemos que o setor bancário continua sendo o que mais lucra no país e por isso é mais que justo que os bancos reconheçam o esforço diário de bancárias e bancários. Vamos às ruas também para defender a democracia e os nossos direitos, contra qualquer retrocesso e por uma política econômica que assegure mais distribuição de renda e a retomada do crescimento”, afirmou a presidenta do Sindicato, Eliana Brasil.