Bancários de Belo Horizonte deflagram greve por tempo indeterminado

Em assembleia realizada nesta terça-feira (28) na sede do Sindicato, mais de 500 bancários de Belo Horizonte e Região rejeitaram a proposta de 4,29% de reajuste apresentada pelos banqueiros e deflagraram greve nacional por tempo indeterminado a partir da meia noite desta quarta-feira (29). A greve é a resposta dos bancários à postura intransigente dos bancos, que durante todas as cinco rodadas de negociação se negaram a atender a maioria das reivindicações da categoria.

Depois de um mês de negociações, a Fenaban apresentou no dia 22, quarta-feira, uma proposta de reajuste de 4,29% (a inflação dos últimos 12 meses medida pelo INPC), rejeitando as reivindicações de aumento real, valorização dos pisos salariais, melhoria na Participação nos Lucros e Resultados (PLR), melhores condições de trabalho e preservação da saúde, principalmente o fim das metas abusivas e do assédio moral, além de medidas que preservem o emprego e protejam a vida.

A intransigência da Fenaban que se negou a atender as reivindicações dos bancários, tanto econômicas quanto sociais, se dá em um momento em que o crescimento do PIB pode ultrapassar 7% em 2010. Por isso, a proposta de reajuste de 4,29%, apresentada pelos bancos na última negociação, que se limita a repor a inflação do período, é uma afronta aos bancários.

É inaceitável que o setor da economia que mais lucra não garanta aumento real de salários. Principalmente quando os cinco maiores bancos lucraram R$ 21,3 bilhões apenas no primeiro semestre deste ano. Isso significa um crescimento de 32% na média em relação ao ano passado e uma rentabilidade sobre o patrimônio de 25%. O pior é que esse crescimento se dá às custas do adoecimento dos bancários – que apesar de serem os principais responsáveis pelos altos lucros e crescimento do patrimônio dos bancos – são submetidos a um modo de organização do trabalho baseado na imposição de metas abusivas e que favorece o surgimento de casos de assédio moral.

Para Cardoso, presidente do Sindicato e integrante do Comando Nacional dos Bancários, a deflagração da greve mostrou o descontentamento dos bancários pelo descaso com que os bancos estão tratando as reivindicações da categoria.

“Volto a afirmar que, se os banqueiros estão apostando na nossa desmobilização, vão quebrar a cara. A categoria está indignada com todo esse desrespeito. Prova disso, foi o comparecimento de mais de 500 bancários na assembleia de ontem. Agora vamos mostrar o nosso poder de organização e a nossa união fazendo uma greve forte nas ruas para pressionar os bancos, pois somos nós que temos que dizer para os banqueiro o que queremos. Vamos reafirmar para toda a sociedade que um novo banco é preciso e que queremos as pessoas em primeiro lugar”, ressaltou.

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