Bancários de Belo Horizonte ampliam greve para pressionar bancos

Mobilização crescente contra a intransigência dos bancos

Cerca de 53% das agências, departamentos e centros administrativos na base territorial do Sindicato dos Bancários de Belo Horizonte e região paralisaram suas atividades nesta sexta-feira (27), novo dia da greve nacional da categoria. Uma concentração foi realizada a partir das 10h em frente à agência do Bradesco, na rua Curitiba, na região central da capital mineira.

Durante a manifestação, o Sindicato denunciou o gerente da agência do banco, Antônio Jairo Freitas, por prática de assédio moral ao tentar intimidar os bancários com o intuito de impedir que eles aderissem à greve. Às 11h30, bancárias e bancários realizaram assembleia e decidiram pela continuidade da greve.

Na segunda-feira (30), a categoria se concentrará em frente à agência do Santander na avenida Getúlio Vargas, próximo à esquina com a avenida Cristóvão Colombo, a partir das 11h30. Nova assembleia está marcada para as 13h, no mesmo local.

Comando Nacional

O Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf-CUT, divulgou nota oficial na quinta-feira (26), após reunião de avaliação da greve em São Paulo, reafirmando a decisão de intensificar a greve e manifestando a disposição de negociação, fechada pelos bancos no dia 5 de setembro, quando apresentaram apenas a reposição da inflação e ignoraram todas as outras reivindicações econômicas e sociais.

Além disso, o Comando reafirmou que a greve é de responsabilidade dos presidentes da Fenaban (Murilo Portugal), do Itaú (Roberto Setúbal), do Bradesco (Luiz Carlos Trabuco), do Banco do Brasil (Aldemir Bendine), da CAIXA (Jorge Hereda), do Santander (Jesús Zabalza) e do HSBC (André Brandão) por ignorarem a pauta de reivindicações dos trabalhadores.

Maior greve dos últimos anos

Apesar de, em todo o país, a cada dia crescer o número de agências, departamentos e centros administrativos paralisados, mostrando a indignação da categoria, é necessário ampliar ainda mais o movimento.

A greve por tempo indeterminado foi deflagrada no último dia 19, após aprovação em assembleia realizada no dia 12 de setembro na sede do Sindicato. A proposta apresentada pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) no dia 5 de setembro, de 6,1% de reajuste sobre todas as verbas salariais, sem aumento real, foi rejeitada pelo Comando ainda na mesa de negociação.

Dentre as reivindicações, os bancários pedem reajuste salarial de 11,93% (inflação mais 5% de aumento real), PLR de 3 salários mais R$ 5.553,15 fixos, piso de acordo com o salário mínimo do Dieese (R$ 2.860,21), auxílios alimentação, refeição, 13a cesta e auxílio creche/babá de R$ 678 (salário mínimo nacional) cada um, fim das metas abusivas e do assédio moral, mais contratações e fim das demissões, mais segurança, Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários, auxílio-educação para graduação e pós-graduação e igualdade de oportunidades, com a contratação de pelo menos 20% de negros e negras.

O presidente do Sindicato, Cardoso, reafirmou a importância deste momento da greve que cresce a cada dia, mas ressaltou a necessidade de intensificar ainda mais a mobilização e as paralisações para dobrar a resistência dos banqueiros e das direções dos bancos públicos federais que se recusam a negociar.

“Nós sempre estivemos abertos às negociações e ao diálogo. Foram os presidentes do Bradesco, do Itaú, do Santander, do HSBC, do Banco do Brasil, da Caixa e, principalmente da Fenaban, Murilo Portugal, que fecharam as negociações. Apesar do presidente da Fenaban ter afirmado, em declaração à revista Exame, que está negociando com os sindicatos de bancários e que os banqueiros nunca saíram da mesa de negociações, isso não é verdade”, destacou.

“Desde que a proposta insuficiente de 6,1% foi recusada em mesa de negociação, a Fenaban nunca mais se manifestou. Daí a importância de intensificar ainda mais a nossa greve com a paralisação das atividades de mais agências, departamentos e centros administrativos de bancos privados e públicos. Essa será a única maneira de fazer com que os bancos atendam as nossas justas reivindicações”, concluiu.

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