Na sexta-feira, 3 de setembro, a diretoria do Sindicato dos Bancários da Paraíba (SEEB-PB) foi ao encontro da presidenta da Caixa Econômica Federal, Maria Fernanda, em vista ao Estado, para lhe entregar uma correspondência cobrando providências para os problemas que afligem os empregados da instituição financeira pública. A entrega da carta se deu na entrada do Hotel Tambaú, onde a presidenta era aguardada para uma coletiva de imprensa, antes de se reunir com os empregados do banco público.
A carta, entregue por Marcos Henriques, presidente do SEEB-PB, enumera diversos fatores que têm causado danos à vida dos empregados, em forma de insatisfação, estresse e doenças, inclusive prejuízos à imagem da própria instituição. Falta de funcionários e agências, fim dos correspondentes bancários, melhorias na infraestrutura das agências e no plano de saúde, isonomia entre novos e antigos empregados, investimentos em segurança e tecnologia, valorização dos empregados da carreira técnica foram alguns dos itens elencados.
O dirigente sindical cobrou de Maria Fernanda mais esclarecimentos sobre a implantação do projeto-piloto do novo modelo de correspondentes bancários, que vem sendo questionado pelo movimento sindical em todo o país. “Os empregados se sentem ameaçados com um modelo de correspondente bancário que vai competir com as próprias agências da Caixa, o que é um absurdo. Enquanto isso, a direção da instituição deveria contratar mais funcionários e melhorar a infraestrutura das agências para dar mais conforto e segurança aos empregados, clientes e usuários”, ressaltou.
Marcos Henriques também se contrapôs à presidenta da Caixa, quando esta afirmou que os empregados da carreira técnica estão sendo valorizados. “A direção da Caixa cometeu um grande equívoco ao implantar uma reestruturação unilateral que discrimina seus técnicos. Nós não vamos sossegar enquanto a instituição não corrigir as distorções que trouxeram prejuízos financeiros e desconforto aos colegas da carreira técnica em diversos níveis”, concluiu.
Eis a correspondência, na íntegra:
João Pessoa (PB), 3 de setembro de 2010.
ILMA. SRA.
MARIA FERNANDA RAMOS COELHO
MD PRESIDENTA DA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL
Senhora Presidenta
Aproveitamos a visita de V. Sa. à Paraíba para entregar esta correspondência, onde listamos aspectos que tornaram insuportáveis as condições de trabalho a que estão submetidos os empregados da Caixa Econômica Federal, com destaque para os seguintes itens:
– Quadro de funcionários insuficiente;
– Número de agências insuficiente;
– Correspondentes bancários;
– Plano de saúde que não atende plenamente aos empregados;
– Falta de infraestrutura nas unidades da Caixa;
– Falta de isonomia entre novos e antigos empregados;
– Discriminação aos empregados que permaneceram no Reg/Replan;
– Falta de valorização aos empregados da carreira técnica;
– Falta de política de remuneração nas substituições de função;
– Falta de investimentos em segurança bancária;
– Investimentos em tecnologia para otimização operacional dos sistemas da Caixa;
– Falta de alinhamento salarial entre quem tem função incorporada e os comissionados.
Esses fatores têm causado danos à vida dos empregados, em forma de insatisfação, estresse e doenças, causando um prejuízo ainda maior para a própria Instituição, que tem sua imagem aviltada. E um banco público dessa magnitude não pode se espelhar na atuação de bancos privados, onde o lucro é o fundamento maior.
Esperamos que essas questões sejam consideradas como uma contribuição de gestão, que visa proporcionar vida longa para a Caixa Econômica Federal, que tem um papel fundamental no desenvolvimento do Brasil.
Portanto, conclamamos V. Sa. que examine todos os aspectos aqui levantados, por serem importantes para a Instituição e, por conseguinte, para o País.
Marcos Henriques e Silva
Presidente