Bancários da Nossa Caixa ampliam mais a greve e negociam nesta quinta

Com a forte greve que atingiu praticamente todas as agências e departamentos da Nossa Caixa, o Banco do Brasil se comprometeu a construir junto com as entidades sindicais e a direção do antigo banco paulista uma proposta de participação nos lucros e resultados para os funcionários. A reunião acontece na manhã desta quinta-feira 8, em São Paulo.

A greve dos bancários, que já era forte na Nossa Caixa, foi ampliada ainda mais na quarta-feira 7, 14º dia de paralisação por tempo indeterminado da categoria. Numa grande plenária realizada pela manhã em frente a matriz da Rua 15 de Novembro, na capital paulista, os empregados decidiram fortalecer o movimento e até os gestores que estavam trabalhando e fazendo contingenciamento aderiram às paralisações.

“Essa é a resposta dos bancários à pressão que a Nossa Caixa fez esta semana para que os funcionários voltassem ao trabalho. Além de continuarmos parados, trouxemos mais bancários para a greve. Não vamos aceitar pressão e muito menos esta falta de vontade do banco em negociar a nossa participação nos lucros e resultados. Enquanto não for resolvido o problema da nossa PLR, vamos continuar de braços cruzados”, afirma a diretora do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Raquel Kacelnikas.

A dirigente ressalta que a PLR dos bancários da Nossa Caixa está sendo discutida com o banco há dois meses, mas até agora não houve avanços. Segundo Raquel, a direção da antiga empresa paulista joga no Banco do Brasil a culpa pela enrolação, enquanto a diretoria do BB empurra a responsabilidade para a Nossa Caixa.

“Quem tem de resolver o problema é o Banco do Brasil, porque agora somos todos funcionários da mesma empresa. Nossa greve não é só pela PLR, mas sim pela falta de respeito. Se uma reivindicação tão simples como essa é tão difícil de ser resolvida pelo banco, o que dizer quando começar a incorporação de fato?”, questiona.

Raquel lembra que os bancários da Nossa Caixa têm um histórico de luta que já rendeu muitas conquistas e que os trabalhadores continuarão agindo da mesma forma com o BB. “Não vamos começar nosso relacionamento com o Banco do Brasil com uma derrota. Queremos uma solução para a PLR e não vamos deixar a greve enquanto não conquistarmos essa reivindicação. Não somos bancários de segunda categoria, somos funcionários do Banco do Brasil como todos os outros e não vamos admitir um tratamento diferenciado. Não pedimos para que o BB comprasse a Nossa Caixa, pelo contrário, lutamos para que o banco continuasse pertencendo ao Estado de São Paulo. Mas já que a compra se concretizou, queremos entrar no BB de cabeça erguida”.

Segundo Raquel, mesmo se a Fenaban apresentar uma proposta decente e os bancários dos bancos privados encerrarem a greve, os funcionários da Nossa Caixa continuarão parados até que a empresa encontre uma solução negociada para a PLR. “Inclusive vamos fortalecer ainda mais o movimento, trazendo para a greve os gerentes, assistentes e os gestores de departamento e divisão. Esses bancários, embora ocupem cargo de chefia, precisam entrar na luta, pois a PLR é para todos”.

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