Depois de 21 dias de greve forte e muita mobilização, bancárias e bancários da base de BH e região aprovaram, nesta segunda-feira, 26, em assembleias realizadas no Sindicato e no hotel Othon Palace, as propostas apresentadas pela Fenaban, pela CAIXA e pelo Banco do Brasil. Com a aprovação dos trabalhadores dos bancos privados e públicos, foi encerrada a greve.
No dia 23 de outubro, a Fenaban apresentou a proposta global que, entre outros pontos, garantiu reajuste de 10% para os salários, PLR e piso, além de 14% para os vales refeição e alimentação. Os bancos, porém, tentaram impor o desconto ou a compensação de todos os dias parados, o que foi prontamente rejeitado pelo Comando Nacional dos Bancários.
Após exaustivas negociações e pressão do Comando sobre os bancos, a categoria garantiu também, no dia 24, o abono de 63% das horas dos trabalhadores de 6 horas, de um total de 84 horas, e 72% para os trabalhadores de 8 horas, de um total de 112 horas. Assim, um dia após a assinatura do acordo, os trabalhadores compensarão, no máximo, uma hora por dia útil até 15 de dezembro.
Na proposta específica apresentada pelo Banco do Brasil no dia 24 de outubro, que foi aprovada em assembleia pelos funcionários, estão questões como o compromisso do BB de pagar a PLR dos cedidos na Cassi, o que traz economia para a Caixa de Assistência, itens de isonomia para oriundos de bancos incorporados e inclusão de caixas, escriturários e atendentes de SAC e CABB, podendo conquistar bolsa de graduação. Foi ainda definida a realização de grupos de trabalho para discutir ascensão profissional, prevenção de conflitos e saúde do trabalhador, além de segurança nas portas giratórias.
Consta também, na proposta específica, uma cláusula que permite que o saldo de horas não trabalhadas correspondente ou superior a uma jornada de trabalho seja compensado com a utilização de folgas ou abonos. É importante destacar que estas horas negativas não poderão ser as horas de greve.
Já a proposta específica da CAIXA que foi apresentada pelo banco neste domingo, 25, e aprovada na assembleia desta segunda, garante as conquistas da proposta da Fenaban e a manutenção da PLR Social, garantindo ainda o pagamento de, no mínimo, uma remuneração base a todos os empregados, ainda que a soma da PLR Fenaban com a PLR Social não atinja este limite.
Destacam-se também a suspensão da terceira onda do programa de Gestão de Desempenho de Pessoas (GDP), o fim dos 15 minutos de pausa para mulheres antecedendo a jornada extraordinária (em localidades onde não existem ações judiciais) e retorno do adiantamento odontológico (a partir de janeiro de 2016). A luta dos empregados garantiu ainda a devolução dos dias descontados em mobilizações em defesa da CAIXA 100% Pública e contra a terceirização e a promoção por mérito para 2017, no plano de carreira.
"As bancárias e os bancários de Belo Horizonte e região estão de parabéns, pois mostraram muita determinação para defender os direitos dos trabalhadores. Fizemos uma das maiores greves da história da categoria, que mais uma vez provou sua força e sua capacidade de organização. Foi uma grande vitória após seis dias consecutivos de negociações exaustivas, em que conquistamos ganho real e derrubamos a intenção dos bancos de descontar os dias parados. Continuaremos mobilizados e atentos na luta contra a ganância dos banqueiros e das direções dos bancos públicos", afirmou a presidenta do Sindicato dos Bancários de Belo Horizonte, Eliana Brasil.
Itaú e HSBC
Também na noite desta segunda-feira, após a votação da proposta da Fenaban pelos bancários dos bancos privados, funcionárias e funcionários do Itaú e do HSBC aprovaram propostas de acordos específicos apresentadas pelos bancos na sexta-feira, 23 de outubro.
Os bancários do Itaú aprovaram a proposta de reajuste do programa de Participação Complementar nos Resultados (PCR) e também no auxílio educação. Já os bancários do HSBC aprovaram o acordo que garante gratificação de R$ 3 mil a 71% dos funcionários, complementar à PLR.